Convenção das Bruxas é nova adaptação do livro de Roald Dahl (de outros sucessos que também ganharam versões para o cinema, como "Matilda" e "A Fantástica Fábrica de Chocolate"), o qual gerou um jovem clássico em 1990, que trazia performance icônica de Anjelica Huston no papel principal. Com a grife Robert Zemeckis na direção, um cineasta conhecido pelo pelo brilhante trabalho com histórias inventivas aliadas a efeitos visuais brilhantes e inovadores, e protagonizado por duas grandes atrizes, ambas vencedoras do Oscar, o filme decepciona e não consegue escapar das comparações com a versão anterior. Assim, mesmo com maior fidelidade ao livro, soa como um entretenimento descartável e com pouca emoção.
O grande problema do novo "Convenção das Bruxas" é o roteiro que, embora assinado pelos competentes Zemeckis, Kenya Barris e Guillermo Del Toro (vencedor do Oscar por "A Forma da Água"), deixa muito a desejar e mina até mesmo as possibilidades que o longa-metragem poderia trazer ao seu favor. Com personagens rasos e diálogos sem densidade (ao contrário da adaptação de 1990), além de um tom maniqueísta datado, tanto o humor quanto o terror deixam a desejar nessa nova versão, o que não deixa de ser uma decepção gigantesca vinda do cineasta vencedor do Oscar por "Forrest Gump" e com um currículo admirável, o qual inclui a clássica trilogia "de Volta para o Futuro" e "Uma Cilada Para Roger Rabbit".
Aliás, mesmo com efeitos especiais muito mais modernos que "A Morte Lhe Cai Bem" (1992), que guarda semelhanças estilísticas com este longa-metragem, mesmo voltado ao público adulto, "Convenção das Bruxas" de 2020 tem muito pouco do charme de qualquer um dos grandes trabalhos de Zemeckis. Ademais, a maquiagem realista - em comparação a versão de 1990 - revela-se um problema sério, pois impede a fruição de um clima tenso e divertido. Resta, então, apreciar os desempenhos correto de Octavia Spencer ("Histórias Cruzadas") e Anne Hathaway ("Os Miseráveis"). Essa surpreende na interpretação de uma personagem vilanesca, completamente diferente de tudo já feito em sua plural e brilhante carreira, mas não consegue dar aquele tom de deboche que fortalecia o papel de Huston no "Convenção das Bruxas" original.
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