Crítica: Garota Infernal (2009) - Sophia Mendonça
Garota Infernal é exatamente o que um espectador médio do cinema no final dos anos 2000 poderia esperar. Afinal, este foi um filme que pegou carona no sucesso de “Crepúsculo”. Ou seja, que aborda temas de fantasia presentes no imaginário popular sob uma ótica sensual. Mas aqui, quem assume o posto de símbolo sexual é uma mulher, a atriz Megan Fox. Aliás, o longa-metragem tem roteiro de Diablo Cody, que pouco antes havia ganhado o Oscar de Melhor Roteiro Original pelo belíssimo Juno. E apesar de manter um diálogo com o público adolescente, essa nova empreitada da escritora apresenta um foco maior no terror e na diversão passageira.
Assim, Garota Infernal nos apresenta a Jennifer Check (Megan Fox) e Needy Lesnicky (Amanda Seyfried ), que são melhores amigas desde a infância. Porém, enquanto Jennifer é a garota mais sexy e popular da escola, Needy é carente como o próprio nome da personagem sugere. Dessa forma, Jennifer é a clássica rainha adolescente que manda na escola. Ou seja, ela é a líder de torcida cobiçada pelos meninos e que tem em Needy uma seguidora. Porém, ela acaba se transformando em uma espécie de súcubo, embora o filme não deixe tão evidente qual o tipo de demônio ou vampiro que ela se torno.
Dessa forma, a imagem dela lhe dá uma arma valiosa para saciar seus apetites. Assim, rapazes tímidos que nunca poderiam namorar Jennifer agora a acham inesperadamente amigável, até mesmo sedutora. E isso dá margem para uma série de convenções e estereótipos do horror, sem tanta preocupação com a verossimilhança. Ou seja, ela torna-se uma assassina sem levantar suspeitas de ninguém que não seja Needy, cujo namorado parece ser um alvo para Jennifer.
Mas, mesmo com todo o clichê, há em Diablo Cody a alma de uma artista. Assim, o roteiro traz algo de autoral a esse material aparentemente desgastado. Dessa forma, há uma espécie de alegria na tragédia que faz com que este não seja mais um exemplar genérico do gênero. Por exemplo, há uma irreverência nos diálogos e um cuidado no desenvolvimento das personagens principais que não costumam reinar em produções desse estilo. Inclusive, Megan Fox e Amanda Seyfried encarnam os papéis com um vigor que favorece o envolvimento do público.
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