Longe de ser apenas um filme para atores brilharem (como é costume em muitas biografias pouco inspiradas), Shine é uma belíssima obra, muito bem interpretada, claro, mas que deve a maior parte de sua eficiência ao diretor Scott Hicks.
O filme é sobre o pianista David Helfgott, que desde a infância foi "influenciado" pelo pai a se dedicar à música e, após tanto esforço e pressão, acaba sendo levado ao desequilíbrio mental. David então se torna um verdadeiro linguarudo, mas que por dentro ainda guarda uma imensa insegurança e o desejo de voltar a tocar. Enfim, do ponto de vista de história, não devemos esperar muita originalidade.
A direção de Scott Hicks, entretanto, é decisiva para os contornos mais humanos que o filme adquire. Não estamos diante de personagens ou situações maniqueístas ou de um trabalho previsível e convencional. Há de se destacar o grande trabalho de edição e também a belíssima trilha sonora.
O elenco coeso foi bem escalado, em especial os atores que interpretam o protagonista, com destaque claro para o grande Geoffrey Rush. Mas os coadjuvantes não ficam para trás, liderados por Armin Mueller-Stahl (o que mais tempo aparece na tela), John Gielgud e, no final, Lynn Redgrave.
É uma pena que tantas grandes personalidades não tenham tido a sorte de terem sido retratados em filmes que ficassem à sua altura, mas, felizmente, David Helfgott teve essa sorte (pois é, seu pai estava certo, ele era um homem de muita sorte). Um grande filme, um grande homem e, como se fosse não bastasse, há ainda a música, e que música!
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