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O futebol sempre exerceu encantamento sobre as pessoas. A paixão é tanta, que muitos são aqueles que fazem do esporte bretão uma verdadeira religião. Não seria diferente com os cineastas, mesmo que suas produções se convertessem para videogames em filmes sobre a mágica do futebol, uma vez ser muito difícil passar para a telona toda a plasticidade do jogo.

Embora o futebol sempre rende boas histórias, a falta de familiaridade com a bola por parte dos atores, pode ocasionar produções caricatas, quer dizer, todo o cuidado é pouco. E todo esse cuidado pode desembocar em produções como “À procura de Eric”, certamente, um dos filmes mais delicados já feitos sobre o futebol. O filme conta a história de um carteiro inglês, fanático pelo Manchester United. Como a vida de Eric não anda lá muito movimentada, este resolve fumar maconha. Em uma de suas viagens alucinógenas, seu grande ídolo, Eric Cantona, aparece. A partir daí, Cantona, entre dribles e gols, aconselha Eric sobre os rumos que ele deve dar à sua vida e, de fato, as coisas começam a melhorar. Cantona não foi indicado para nenhum prêmio como melhor ator, mas não decepcionou nessa de 2009.

“Goal”, produção de 2005, mostra a história do jovem Santiago Muñez, um mexicano em situação ilegal nos Estados Unidos, que alimenta o sonho de ser um astro do futebol. O filme tem sequências inverossímeis com relação ao jogo, mas a história acaba compensar os exageros com a bola. Em linhas rápidas, Santiago acaba sendo observado por um olheiro e ganha um teste no Newcastle, da Inglaterra. A princípio as coisas não se desenrolam muito bem, mas se alinham e acaba dando tudo certo, tanto, que o filme rendeu duas sequências.

Em “Maldito Futebol Clube”, produção de 2009, o talentoso Martin Sheen interpreta o técnico Brian Clough, uma lenda do futebol inglês e bicampeão da Champions League com o modesto Nottingham Forest. A história contada no filme aborda a passagem de Clough pelo Leeds United, um dos grandes clubes ingleses no início dos anos 1970. Clough enfrenta uma série de dificuldades para implementar sua filosofia de jogo e acaba demitido em pouco mais de um mês de trabalho. O filme procura investigar a problemática humana no mundo do futebol, como um renomado treinador pode ter sua competência colocada em dúvida? Um dos melhores filmes sobre o futebol e suas estranhas relações.

“El cinco” é uma produção argentina de 2014, e como toda produção hermana vale muito a pena. Patón Bonassiolle é um veterano jogador de uma equipe pequena que peleja nas categorias de acesso. Na condição de veterano, Patón vê o fim de sua carreira se aproximando e, simplesmente, entra em pânico sem saber o que fará da vida depois que pendurar as chuteiras. Em meio a este drama, o jogador resgata sua relação com a esposa e passa, a partir daí, a pensar melhor sobre como será o depois. O enredo se desenvolve de modo bastante bem-humorado e envolvente.

Muito embora o Brasil seja considerado o país do futebol, produções sobre o esporte não são lá muito frequentes. De qualquer forma, vale destacar “Boleiros – era uma vez o futebol”, produção de 1998, na qual ex-jogadores se misturam aos atores para contar histórias e apresentar personagens que fazem parte do cotidiano da bola. Trata-se de um filme feito com muito carinho e em tom bastante agradável, de modo a conquistar aquele que o assiste, mesmo se não for um amante do futebol. A célebre frase de Lima Duarte para Marisa Orth está imortalizada no cinema nacional: “Minha senhora, a senhora não sabe o que é um Palmeiras x Corinthians”.

Um clássico, um verdadeiro épico. “Fuga para a vitória”, de 1981, pode não ser um filme de arte, mas sim um clássico. Pelé, Sylvester Stallone e Michael Caine são prisioneiros em um campo de concentração nazista em 1942, comandado por Max von Sydow. Ocorre que, antes da guerra, Sydow fazia parte da seleção alemã, e Caine era um prestigiado jogador na Inglaterra. Sydow percebe uma grande oportunidade de propaganda para revelar a superioridade da raça ariana: uma partida de futebol entre prisioneiros e nazistas. O estádio escolhido para a disputa é o de Colombes, próximo a Paris, então ocupado pelos alemães. Foi nesse mesmo estádio que a Itália de Mussolini venceu a Copa do Mundo de 1938. Metáforas à parte, o filme nos remete à crueza de uma guerra e sua propaganda sem limites. Stallone é o goleiro que defende um pênalti, Pelé, uma espécie de gênio que destroça os arianos. Repito, um épico!

Pois bem, que assistiu e deseja rever, e quem nunca viu, reverem a internet e divirtam-se!