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Séries apostam em protagonistas e antagonistas com perfis cada vez mais políticos

Fonte: Unsplash

A profundidade na história de um seriado é essencial para o sucesso com o público, sobretudo na atualidade, com várias produções ganhando espaço nos serviços de streaming. Isso significa que os personagens estão ficando mais complexos, com opiniões e comportamentos que chamam a atenção. Em alguns casos, é possível ver um lado mais político na forma deles agirem, transformando uma simples série em algo mais complexo. São criadas ligações para entender até mesmo a diferença entre alguém com um pensamento conservador, e outra com opiniões mais liberais.

Essa polarização de comportamento é uma realidade no mundo, e vem ganhando espaço nas produções da Netflix, da HBO, da Prime Video e de outras produtoras. O público acaba reconhecendo a postura política dos personagens, fazendo com que a experiência de acompanhar uma temporada fique mais rica politicamente. Além disso, os seriados com temáticas mais politizadas também estão conseguindo mais espaço, como no caso de Succession, de The Crown e de outros grandes sucessos recentes.

Um levantamento feito pelo blog Betway Insider mostra que vários personagens famosos podem se encaixar em um quadro que separa quem tem um comportamento mais conservador, e quem é mais liberal. O Capitão Pátria, de The Boys, e Dwight Schrute, de The Office, estão no topo do autoritarismo. Ambos não dariam muita voz aos adversários, inclusive usando da violência para se imporem. Isso é mostrado nos dois seriadores, e pode ser referência para uma projeção na realidade, em uma eventual campanha eleitoral.

Enquanto isso, do outro lado do quadro, onde aparecem os mais liberais, estão Tasha Jefferson, de Orange is the New Black, e Leslie Knope, de Parks and Recreation. As duas focam na minoria, e acreditam que só assim é possível melhorar o mundo. A primeira trabalha com a reinserção de pessoas no mercado de trabalho, enquanto a segunda apoia movimentos de minorias, como o grupo LGBTQIAP+. Ou seja, estão em um espectro político bem diferente dos outros dois que citamos.

Mais personalidade

O crescimento das plataformas de streaming, e a consolidação com a audiência, fez com que os seriados ganhassem mais espaço na indústria. Ou seja, existem produções novas estreando todas as semanas, e para conseguir se destacar é preciso ter um diferencial. Isso vem sendo conquistado por algumas séries com protagonistas e antagonistas de personalidade forte.

Um bom exemplo é Game of Thrones, principalmente com Daenerys Targaryen. A heroína tem momentos de altos e baixos, inclusive com decisões que a aproximam de um certo antagonismo na série da HBO. Inclusive, se olharmos no quadro feito pela Betway, site de apostas online nas eleições, a rainha dos dragões surge como autoritária. Está longe de ser conservadora como o Capitão Pátria, mas tem uma vocação para o uso da violência com que discorda.

Outra produção que poderíamos citar é The Walking Dead, com o antigo protagonista Rick Grimes. Apesar de ser visto como bonzinho na história, ele também acredita no uso da violência para se impor diante de outros. Isso representa um conservadorismo que não é exagerado, mas que chama a atenção. Isso faz do personagem mais complexo, garantindo que o público se identifique e comece a gostar das atitudes.

Histórias complexas

A complexidade dos enredos também ajudam nesse quesito, inclusive quando envolve política. É impossível deixar The Boys fora dessa discussão, pois é a principal referência da atualidade. A série conta a história de um mundo com super-heróis, mas o foco não são as lutas ou os poderes. Na verdade, é um olhar irônico e crítico de como o mundo real funcionaria com essas pessoas. Não é preciso dizer que são vários problemas gerados, com heróis tendo atitudes questionáveis.

Outra produção que pode ser usada para isso é Peaky Blinders, que começou com foco em aventura e ação, mas na última temporada foi 100% dedicada ao lado político do Reino Unido. Ou seja, até mesmo as séries que começaram sem uma história profunda e complexa se transformam. Isso serve como evidência para esse movimento tão importante.

A presença de personagens mais politizados, sejam heróis ou vilões, é excelente para as séries. Isso deixa as histórias mais ricas, além de conectar atitudes da ficção com situações reais. As pessoas fazem essa conexão, se reconhecem nisso, e começam a enxergar o seriado com outros olhos, inclusive mais críticos.

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