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The Walking Dead - S06E06 - Always Accountable


Contém spoilers dos quadrinhos e do episódio.

Os episódios de Walking Dead que visam ter Daryl Dixon como protagonista sempre tem um gosto diferenciado do que Walking Dead normalmente apresenta: enquanto Sasha e Abraham discutem longamente enquanto escondidos em um prédio perspectivas de futuro, o personagem ranger está sempre diretamente ligado ao enfrentamento de cenários hostis, que servem por sua vez de porta-vozes ao seu caráter silencioso e introspectivo.

Após deixarem a manada despistada para trás, Abraham, Sasha e Daryl caem vítimas de uma emboscada de homens armados. Enquanto a dupla consegue escapar e revidar, Daryl acaba parando em uma floresta queimada e lamacenta, sendo capturado por um trio de sobreviventes Dwight, Sherry e Tina, que o nocauteia, rouba suas armas e o mantém cativo.

Dwight, Sherry e Tina, trio de sobreviventes cujos dois primeiros conhecemos na HQ, fazem de tudo para escapar de um grupo que ao que tudo indica, são os tais Saviors que farão maior participação no final da temporada. Dwight e Sherry ainda aparecem juntos, e ele ainda não foi desfigurado tal qual sua contraparte nos quadrinhos, o que indica que a série já começa a traçar conexões com os antagonistas da temporada seguinte já mostrando indícios dez episódios antes.

Ser mantido cativo é o início de uma jornada de confiança que Daryl fará - após  flutuar várias vezes de outsider a peça essencial, até tornar-se finalmente o recrutador de Alexandria - em um episódio ao melhor estilo de Cherokee Rose, quarto episódio da segunda temporada, onde saía da fazenda para procurar Sophia e Still, décimo segundo da quarta, onde ele e Beth buscam sobreviver após a queda da prisão. 

O rastreador está sempre às voltas com a velha questão de poder ou não confiar nos grupos que acompanha, estar entre a hostilidade e a chance, algo que é sempre mantido no estilo de pouco diálogo e sequências silenciosas - com a  série tornando-se até mais sóbria, ao contrário das alucinações que Daryl tinha na segunda temporada.

Sasha e Abraham por sua vez descobrem diferentes motivações: enquanto Sashah após apresentar confusão mental trilha de volta o caminho da racionalidade, Abraham ainda se esforça para conseguir deixar para trás seus demônios e suas perdas e parar de executar todos os zumbis em seu caminho de forma arriscada e suicida. 

O diálogo que os dois mantém é explicativo até demais - quase uma desculpa para botar na boca dos personagens o título do episódio. A cena em que Abraham se arrisca pela primeira vez efetivamente para algo recompensador (tirar o lança-mísseis das costas do zumbi pendurado) já cumpriria essa função por si só, e o diálogo poderia ser bem mais resumido e implícito.

A bem da verdade, a participação de Sasha e Abraham poderia ser bem mais abreviada, ou quem sabe, melhor explorada com mais tempo em outra oportunidade; o episódio é de Daryl, inclusive os diálogos dos dois enquanto se escondem parecem refletir sua situação, onde o personagem já se mostra bem mais resoluto e humanizado do que nos dois supracitados, onde na segunda temporada ele ainda mostrava-se com a lealdade divida e na quarta, com um desespero niilista. 

E se confirmarem que o grupo de quem não se vê os rostos de ninguém serem de fato os Saviors, o episódio novamente cresce pela elegância e inteligência em introduzirem o grupo de maneira breve mas instigante. Ao aproximar-se da mid-season finale, Walking Dead volta a crescer.

7.5

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