Assim que o primeiro capítulo da longa série de livros que mais tarde se tornaria a mais vendida de todos os tempos foi lançado, ele se tornou um sucesso imediato. Harry Potter e a Pedra Filosofal não apenas levou o nome da autora J.K. Rowling às alturas como também iniciou uma série extremamente lucrativa não apenas em livros, mas também no cinema. A série Harry Potter é hoje a mais vista de todos os tempos no cinema, e isso só foi possível com o lançamento de Pedra Filosofal, que embora seja um dos mais fracos filmes da saga, atraiu milhares de fãs que impulsionaram o sucesso da série.
O filme é uma adaptação extremamente fiel ao livro, o que para muitos fãs é o paraíso, mas que custou grande parte do apelo cinematográfico da fita. A história começa quando Harry Potter, um menino aparentemente comum que vive com seus tios, descobre que é bruxo, e ainda por cima é conhecido por toda a comunidade mágica por ter sobrevivido ao ataque do bruxo das trevas mais poderoso de todos os tempos, Lord Voldemort, o mesmo que matou seus pais. Harry então vai para Hogwarts, escola de magia na qual todas as crianças bruxas vão com 11 anos para aprender feitiços, poções, dentre outras diversas matérias. Lá começa uma amizade com Rony Weasley e Hermione Granger, e logo descobrem que há um mistério na escola, do qual Voldemort, agora reduzido a uma mera "alma", está tentando se apossar.
Por ser muito fiel ao livro, o roteiro se torna cansativo. Embora seja um dos que mais agradem aos fãs por não cortar praticamente nada da história, essa mesma falta de corte torna muitas cenas cansativas. A direção de Chris Columbus, conhecido por assinar filmes infantis na maioria das vezes, não ajuda em relação a essa monotoneidade. O filme é conduzido de forma ruim, sendo que é difícil não se pegar fechando os olhos durante a sessão. A longa duração contribui para isso. 143 minutos em um filme infantil é um exagero, que acaba tornando o filme monótono.
As atuações não estão acima do que se poderia esperar para um elenco novato. Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint, donos dos papéis de Harry, Hermione e Rony, trazem uma atuação extremamente infantil, sem nada demais, embora os três consigam transmitir um bom carisma. Por outro lado, o elenco adulto é ótimo. Com nomes veteranos como Richard Harris (o diretor Alvo Dumbledore), Maggie Smith (a professora Minerva McGonagall), Alan Rickman (o professor sombrio Severo Snape), Robbie Coltrane (o grandalhão Hagrid), entre outros, as atuações são magníficas, especialmente a de Harris, que cria um Dumbledore (personagem essencial na série) sereno, mas ao mesmo tempo sem esconder o grandioso poder do mago.
Um aspecto muito bom do filme também é a parte técnica. Os efeitos especiais são bons, embora sejam bem forçados em alguns momentos (o que é normal para a época do filme). Mas o que realmente vale a pena de ver são principalmente a trilha sonora e a direção de arte. Stuart Craig reproduziu de modo grandioso o mundo criado por Rowling, como pode ser evidenciado por Hogwarts e outros cenários magníficos como o Beco Diagonal. John Williams, um gênio em relação a trilhas sonoras, cria músicas maravilhosamente bem compostas que apenas aumentam a magia do filme. Sua música tema, Hedwig's Theme, é usada até hoje em todos os filmes da saga, justamente por ter marcado o primeiro de forma tão maravilhosa.
Embora tenha muitas limitações, Harry Potter e a Pedra Filosofal é um filme que deve ser assistido por todos. Como fã, não há nada mais emocionante como rever esse filme e ver Harry encarando o mundo bruxo pela primeira vez. E a magia criada por Rowling se expressa facilmente, seja pelas atuações carismáticas, direção de Columbus, trilha sonora, ou os cenários: é impossível não se emocionar.
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