Se Harry Potter e a Câmara Secreta não evoluiu quase nada em relação a seu antecessor, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban é justamente o oposto. O filme dirigido por Alfonso Cuarón deu um enorme salto na série, e por isso se tornou um dos melhores.
A história é mais sombria que as anteriores, sendo que Cuarón se aproveita desse clima para criar um bom mistério no filme. Harry, antes de voltar a Hogwarts, descobre que Sirius Black, que supostamente era um dos mais fiéis e perigosos seguidores de Lord Voldemort, fugiu da prisão bruxa, Azkaban (que até então era perfeitamente segura), e todos acreditam que o objetivo de Black é encontrar Harry... e matá-lo.
O roteiro é provavelmente a maior melhoria que o filme trás para a série. Kloves finalmente decidiu que não era necessário se apegar totalmente ao livro, e essa infidelidade (embora não seja tão grande assim) foi o que tornou o filme extremamente menos cansativo. Com excessão de alguns pontos que poderiam ter sido melhor trabalhados (como a história dos marotos), o roteiro apresenta poucos furos, e caminha de uma forma muito boa.
A direção de Cuarón também evoluiu em relação à de Columbus. Embora este tenha começado bem a série, com muita magia, o modo de conduzir o filme do diretor era bem ruim. Por outro lado, Cuarón constrói o filme de uma ótima maneira, além de dar um ótimo tom sombrio ao filme (sem deixar de lado a magia dos dois primeiros capítulos).
As atuações, em geral, melhoraram. O trio principal mostrou um ótimo amadurecimento, provavelmente por conta de Cuarón. Emma Watson e Rupert Grint (Hermione e Rony) melhoraram muito em relação aos últimos dois filmes. O problema ficou com Daniel Radcliffe (Harry), que evoluiu muito pouco, e continua com uma atuação muito forçada (como na cena em que descobre a verdade sobre Sirius).
Já o elenco experiente, com muitos nomes novos, está mais maravilhoso ainda que antes. O novo Dumbledore, Michael Gambon (que assumiu após a morte de Richard Harris), se mostra muito mais ativo que Harris (que era um maravilhoso ator), mostrando de vez todo o poder do mago. Maggie Smith (McGonagall) e Alan Rickman (Snape) continuam ótimos. Gary Oldman faz uma boa atuação de Sirius, enquanto David Thewlis, em boa atuação, conduz de forma sentimental seu personagem Remo Lupin. Outra adição ao elenco é da ótima Emma Thompson, que leva de maneira engraçadíssima e ao mesmo tempo sombria a professora de adivinhação Sibila Trelawney.
A parte técnica do filme dá um ótimo salto também. A trilha de John Williams é maravilhosa, melhor ainda que as dos dois primeiros, com músicas ótimas como Buckbeak's Flight (que toca em uma das melhores e mais emocionantes cenas da série). A direção de arte como sempre está ótima, dessa vez mais sombria que a dos filmes anteriores (a floresta e a Casa dos Gritos possuem um maravilhoso clima tenso). Os efeitos visuais também melhoraram muito. Os dementadores e o hipogrifo são maravilhosamente bem feitos, além de serem bem realistas. Um outro ponto que se destaca nesse filme é a fotografia, que contribui para o mistério do filme.
Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban é a prova de que para uma adaptação ser boa, ela não deve seguir a risca o que está no livro. O filme representa, de longe, o maior salto da série. Tudo isso graças a Cuarón.
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