Lupas (30)

Retrato brutal da corruptividade - e agora não só na polícia brasileira ao se estender para a mídia. José Padilha entrega um filme no qual sobra tensão e verdade, melhor que o primeiro exemplar em direção. Só peca pelo excesso de narração.

Vale muito como estudo de personagem. A história, apesar de simples, fala de forma muito séria de quebra de confiança familiar. Abusa da bela fotografia na neve. Mas se torna modorrento na reta final e perde força.

Miscelânea de gêneros em uma trama com camadas e furos em excesso. A história é interessante, mas com o passar do tempo o roteiro, montagem e atuações frágeis põem tudo a perder. Nem o ousado tom hitchcockiano no fim o salva.

Raso, com pontas soltas... um tema - ainda que não tenha nada original - desperdiçado.

Feito ao estilo Boyle de filmar, que agrada a alguns e irrita a muitos. Conta com passagens desinteressantes, videoclipadas e peca no modo documentaristas que se torna por vezes. Mas é uma grande história, tal superação não é vista com frequência.

Exemplo clássico de boa ideia jogada fora. Ao invés de investir na crítica social do tema, mais da metade do filme se resume a uma caça cada vez mais constrangedora, com sustos já vistos mil vezes no gênero.

Quando revela seu real propósito, que é a discussão da culpa e da inocência na mente de um jovem confuso, ganha valor que raros do gênero atingiram. Pesado para a época, Um Lugar ao Sol não teme assuntos tabus em Hollywood. Um clássico atual, relevante.

Não escapa das mesmices do gênero, mas também diverte com seus diálogos ágeis e cheios de referências inteligentes. Soa um pouco over de vez em quando. Ah, Mila Kunis é maravilhosa.

O trailer já "queima" quase todas as boas piadas do filme, que apela para o sexo com irritante frequência e termina piegas em excesso. De novo, um episódio de série filmado para o cinema comercial. A premissa moderninha da internet é o que salva.

Temas batidos, mas tratados com mais sensibilidade e verdade do que os exemplares do gênero. Brinca com os próprios clichês, divide-se bem entre comédia e drama e diverte. Elenco afiado, e de primeiríssima. A sequência do "Dirty Dancing" já é clássica.

Beira a perfeição nas atuações e no ritmo e tem na trilha sonora uma base importante. A de se louvar que o roteiro não conta com sub-tramas e mantém-se direto e elegante. Mas falta conflito ao filme de Hooper, apegado a pieguice e ao estilo acadêmico.

Apesar da parcialidade brutal, não dá para negar que o assunto é polêmico, causa frisson e sempre dará margem para grandes filmes - como Mar Adentro (2005). A interpretação genial de Pacino é o trunfo para revelar quem é Jack Kevorkian.