Lupas (355)

Por vezes pode até soar um tanto quanto exagerado, mas por trás de seu estiloso visual, temos uma trama bem construída e com um elenco bem postado, que apesar de grande, não tem nenhum personagem gratuito em cena.

Primeiro grande filme de Ford. Primeira grande aparição de Wayne. O grande percussor do gênero. Mas por trás de tudo isto, grandíssimo pelo fator técnico, e construção dos personagens. Um bom prelúdio do cinema de Ford, que ainda evoluiria muito.

Bogart e Bacall em uma química incandescente.

O elenco não é nenhuma maravilha, mas levando em consideração que foi o último filme de Hawks, e que normalmente o último filme de cineastas daquele mesmo período eram bem abaixo da média de suas respectivas carreiras, 'Rio Lobo' é acima da média.

O que impressiona é saber que ainda no final da década de 60, a imbecilidade humana/americana ainda tratava tal tema desta forma. Bom filme de atuações.

A construção, durante todo o tempo, é impecável demais para um final tão morno. Ainda assim, acima da média.

3 vezes governador; 2 senador; aspirante a presidente dos EUA. Mas eternamente lembrado como o homem que matou Liberty Valance. Espetacular!

O filme não tem enredo e nem cronologia, saltando do futuro para o passado, interrompendo sequências, introduzindo personagens que são rapidamente esquecidos. Experimentalismo puro!

Não sei é possível apontar o auge estético de um diretor que, durante toda sua carreira, esteve em seu auge estético. Poucas vezes o conceito de filme arte foi levado tão a risca como em 'Barry Lyndon'. Pregnantemente lindo.

The Dark Side Of Oz.

É um Hawks mais grosseiro, durante quase todo o tempo, mas no final, o bom e velho romantismo do diretor aparece, e nos faz, mais uma vez, ficar com aquele sorriso tolo no rosto.

Repertório puro, em estado bruto, fundamental a todos. Dificilmente encontraremos em outro lugar figuras como Wilder, Hawks, Ford, entre outros, falando em off. Material incrível!