Lupas (337)

Minha mãe foi empregada doméstica e assistimos ao filme juntos. Ela se ofendeu demais e me vi obrigado a tomar as dores dela com razão. O que fazem com a protagonista neste filme é compará-la a um cachorro...

Muito bem feito, mas com aquela inocência escapista típica da Hollywood clássica que pessoalmente me irrita um pouco - mas com o diferencial de Del Toro (que não tem nada de Hollywood clássica). Talvez o mais simples do diretor.

Pós-western com ares de Peckinpah e Irmãos Coen. Uma grande fábula cheia de cinismo sobre feridas que se recusam a cicatrizar e que - como o fogo (símbolo fortíssimo ao longo do filme) - ardem mais na alma do que no corpo.

“A vida (...) é uma história contada por um tolo, cheia de som e fúria, significando nada” e, no entanto, a sentimos pulsante, violenta, apaixonante. Uma questão estética é sempre uma questão existencial. Assim, Zulawski é um filósofo da sétima arte.

What the Fuck!!!

Encerrando a fábula dos personagens de HQ, Shyamalan fecha sua trilogia com um estudo sobre fé voltado para um imaginário livre de regras. A lógica de mise-en-scene, cores e figurinos obedece aos outros dois filmes e os complementa muito bem. Adorei!

É o HISTÓRIA SEM FIM do Shyamalan. Um conto infantil cuja estrutura foge propositalmente das convenções tradicionais. É nesse filme que Shyamalan se aproxima do Spielberg fantasioso de HOOK, ET e JURASSIC PARK, subvertendo a ideia de filme infantil.

A sequência com a velha, no ato final, valeria um filme mais absurdo, abertamente paródico e estiloso. De certo modo, esse ato final serviu de embrião para A VISITA. No mais, bons e maus momentos, mas muito irregular em sua estrutura.

O cinema de fábula de Shyamalan dessa vez direcionado para a narrativa da chapeuzinho vermelho (Casey) que, para enfrentar o lobo mau (Personificação da Fera e do tio), são ajudadas pela orientação do caçador (o pai). E ainda somos presenteados no final.

Coerente segmento da tese apocalíptica de John Carpenter que assume abertamente a influência do grande H.P. Lovecraft. Além de ser muito bom, influenciou com certeza outras grandes obras de terror delirante, como os jogos da franquia Silent Hill.

Não achei de todo ruim ou uma obra-prima, como pintaram na época. Apesar dos maneirismos aparentemente emularem Oliver Stone, o filme gera reflexões sobre nosso papel ético enquanto espectadores. E vale também pela fantástica atuação de Christian Bale.

A antítese do magnífico High Plains Drifter (1973), com a mesma estrutura mitológica, mas agora sobre os homens bons frente à ganância do mundo. E aqui é Deus quem desce das montanhas para fazer justiça.