Lupas (281)

Por incrível que pareça Seinfeld sai-se muito bem nessa sátira/paródia das indústrias de alimentação americana e seus produtos matinais nem sempre tão saudáveis. Aglutina-se de tudo no roteiro: Comunismo, Máfia do leite, Guerra Fria, Cartel do açúcar, Crianças com QI elevado consumindo lixo, Hugh Grant se fazendo de um ator shakesperiano como mascote da Kellogs, ... O filme é divertido e escolhe caminhos improváveis que mantém o clima nunca caindo no sonolento e no déjà vu.

Harrison garante o mínimo de interesse, mas Hart constrói o papel de sempre puxando o filme para baixo.

Nem a sinopse de apresentação está correta. Um filme de erros acumulados.

O filme discute a perda de memórias. Infelizmente isso contaminou a produção e a direção. O filme cai em vários lugares comuns e chavões próprio da imbecilidade do homem que crê num declínio do Espírito Humano. A ideia de uma máquina que vem sugar energia de outros planetas foi melhor desenvolvida nos quadrinhos com Brainiac e Galactus. E olhe que esse melhor já não era de encher os olhos, mas ao menos Brainiac espelhava as fraquezas do Espírito Humano.

Muitos afirmam que o Cinema silencioso havia atingido seu ápice em 1927/1928. A Turba corrobora essa afirmação. O melhor filme de King Vidor que eu assisti. A cena do diálogo rancoroso do homem para com a esposa é um de seus maiores momentos. Mais do que as fantásticas cenas na multidão filmadas com uma maestria impecável. King Vidor é um gigante (Borzage outro) esquecido pelas gerações atuais.

Estréia do roteirista Preston Sturges na direção. Um roteiro muito bem elaborado, elenco em estado graça, mas o filme soa apressado. Havia tempo para um melhor desenvolvimento. Falta a Sturges um senso mais apurado de direção para explorar seus ótimos roteiros. O filme é muito bom, mas poderia ser uma obra prima. Como diretor fez melhores: O melhor filme dele segue sendo "Lembra-te Daquela Noite" dirigido pelo criticado Mitchell Leisen que nos legou um filme perfeito.

Num mundo onde a possibilidade metafisica foi deixada de lado, os limites entre certo e errado são descartados e o que vale é a busca do prazer ainda que as custas do descarte do outro. Não é tão bom quanto O Albergue e Reeves destoa do resto do elenco.

A direção é tão perfeita, que sabe dosar com maestria um crescente desenrolar na trama que culmina num crível explodir da violência. Depois do clímax, ainda temos um arrefecer reflexivo. Isso é Cinema, nem tudo é o ápice.

Hora de se atualizar. A cópia restaurada tem 153 minutos. Maior parte conheceu uma mutilada. Não recuperaram apenas uma sequência de embate entre o pai e o cientista. Filme cresceu demais em todos os aspectos

Singelo "road movie" que se ancora numa crônica sobre um Japão ainda agrário sendo unido por uma modernidade ainda incipiente. Os dramas rotineiros que jazem escondidos em todos os cantos se tornam visíveis e fazem eco no todo: Universalidade da condição humana. Há também o embate entre a maquinização ou não do homem. O motorista é cobrado várias vezes por ser gentil e se importar. Ele não é um motorista, ele está como motorista momentaneamente.

Ophüls tem na câmera uma pena para escrever (ou reescrever) um romance que toca nas feridas que a humanidade não deixa de estancar. Stefan Brand passa pela vida e não se enriquece, nem a enriquece. Lisa traz em si uma visão de quem vive a vida fiel aos seus sentimentos nobres. A tragédia está formada, sem grandes arroubos físicos. Tudo se dá no imo da consciência de cada protagonista. E no final Brand caminha para dar fim a algo que nunca valorizou: a vida! Um clássico!

Um dos melhores filmes do grande Totò. A química com Fabrizi funcionou.