Lupas (99)

Quando você assiste um filme de 80 minutos em 4 parcelas não é bom sinal.

Pra aplaudir de pé, não fica nada a dever a outras animações feitas mundo afora. A mistura realidade/fantasia chegou a me lembrar Miyazaki.

Seria mais contundente como documentário, Coogler parece saber disso (ele inclui cenas reais no filme). De qualquer forma, a trágica história de Oscar Grant, não diferente de outros jovens negros americanos (e brasileiros, diga-se) precisava ser contada.

Devia se chamar Nó na Garganta.

A citação a Jean-Pierre Léaud, o eterno incompreendido, desajustado (assim como Frances também é) foi de uma grande sutileza... assim como tantas outras nessa pequena gema em película.

Uma grande propaganda para o Google para rir e esquecer em cinco minutos.

Para quem gostou recomendo também o igualmente hilário (e mordaz) especial de TV "Comedy Central Roast of James Franco".

"Gravidade" ou "As aventuras de uma astronauta muito azarada". Quem diria que um dia veríamos um tour-de-force de Miss Bullock.

Falta a profundidade e aquela melancolia de outras coming-of-age stories que sobra em filmes como As vantagens de ser invisível e Conta comigo.

Roteiro genial em que Recife é uma metáfora global. Kleber Mendonça Filho foi certeiro na sua crítica às mudanças nas relações humanas (frieza) na urbe. Melhor curta do diretor, quiçá seu melhor filme até o momento.

É um filme inocente e anticlimático, mas quando uma personagem diz "sempre penso em meus assassinos como meus heróis" você percebe que está vendo um autêntico Hitchcock.

A melancolia de morrer nesse mundo e de viver sem uma estúpida razão.