Lupas (271)

Aquela perseguição na neve com a música do Bernard Herrmann! Ida Lupino em grande momento.

Um rosário de problemas: pobreza, incesto, abuso sexual, religião, pedofilia, preconceito, homofobia. O galã da época, Linus Roache, na pele do coitado do padre, além de toda essa tranqueira, ainda teve de aguentar o Robert Carlyle pagando de biscate.

Joshua Logan não é Douglas Sirk. Seu melodrama falho e empolado caminha pesado e soa falso, e não hiperbólico à beira do surreal como era com Sirk em seus melhores momentos. Conservador em mais de um senso do termo.

Filme preguiçoso, mal ajambrado, empurrado com as coxas, superficial, reciclado e camp - o que não quer dizer que seja ruim. No geral até que é bonzinho, mas não é dos melhores De Palma

Vazio, oco, inócuo: parece geladeira quando você acorda no meio da noite de larica e não tem NADA para comer. Além de pretensioso, superficial e um tanto esnobe.

Pura afetação. A proeza maior é ver Zhang Ziyi dando maior duro em todas aquelas cenas de luta com um casaco de vison pesadíssimo. Tony Leung faz charminho com um chapéu Panamá branco - que a personagem nunca usou. Tédio na certa.

Franju se dá melhor em criar a ambientação e na mise-en-scène, brilhante no baile de mascaras, do que ao contar a trama carregada e rocambolesca. Belíssimo preto-e-branco.

Bruno Barreto filma o roteiro de Fernanda Young como se fosse um diretor gringo casado com uma brasileira. Na verdade, é sua mulher na época, Amy Irving, que encabeça o elenco de globais. Varia entre o simpático engraçadinho clichê e o constrangedor.

Fassbinder foi aqui um tanto rígido e frio demais para um melodrama. A segunda parte tem momentos interessantes, pois o diretor não é maniqueísta e judia de suas atrizes como ninguém. Filme de grande potencial não alcançado, como quase todo Fassbinder.

Dos filmes menores do diretor, sem dúvida um dos mais bem sucedidos em ser apenas diversão descompromissada. Um pequeno oásis dentro da carreira do Woody Allen pós-2000.

Diretor desmistifica o milagre econômico coreano nessa fábula macabra, desnecessariamente violenta e politicamente questionável. Ki-duk Kim não é adepto a sutilezas nem a nuances: quer mesmo é chocar, o que diminui um pouco seus filmes.

Empolgante e intelectualmente instigante cinebiografia de uma das mais polêmicas intelectuais do século 20. Filme exigente, belo, bem interpretado. Pérola rara.