Lupas (397)

Spielberg, mesmo nos seus mais de 70 anos, continua a fazer filmes com o mesmo frescor, jovialidade e competência que realizou nos melhores momentos de sua carreira. Divertido e visualmente esplêndido, Jogador N°1 é para todos os adoradores de cultura pop e do bom cinemão pipoca.

Engana-se quem acredita que Princesa Mononoke apenas repete a mensagem contida em Nausicaä. Miyazaki introduz elementos xintoístas e complementando com personagens mais tridimensionais, desprovidos de maniqueísmo barato.

Simpática comédia romântica que até foge do convencional por tocar em assuntos como choque cultural. O carisma de Wu carrega boa parte do filme.

O suspense, o trabalho com sombras e som e o final catártico com interpretações impressionante tornam esta joia do cinema em um exemplo de como até a atualidade, filmes podem permanecer admiráveis por sua narrativa intrigante. Contendo uma mensagem fortemente relevante, levando a reflexões sobre a ausência do Estado e o justiçamento das massas, M é um marco não só ao cinema, mas como legado à humanidade.

Menos inspirado que os outros Ghibli, o material poderia ter explorado melhor não só o triângulo amoroso como também trazido mais em relação aos coadjuvantes. Ainda assim, consegue apresentar um protagonista bom o suficiente para nos importarmos com seu destino.

O uso do culto satânico como uma forma de traduzir às correntes impostas pela maternidade indesejada é onde reside o brilhantismo de Polanski.

Gomes não é muito hábil em cativar e a narrativa se arrasta em muitos momentos, mas é hábil em humanizar seus protagonistas e lançar uma perspectiva crítica/poética do sertanejo como personificação do espírito brasileiro.

Empalidece diante de dramas-irmãos como Os Suspeitos e Memórias de um Assassino, mas consegue entregar sua mensagem e ainda brindar uma Amy Ryan que conquista a simpatia do espectador sem apelar à postura de mãe em desespero.

O tema do Homem imerso na wilderness foi explorado diversas vezes, mas a dinâmica e contraste pai-filha, tonificada pelas interpretações de Foster e McKenzie, criam um passeio eficientemente melancólico.

A doçura da história das irmãs March é calcada pela interpretação do quarteto protagonista, em excelente química e sinergia. Entretanto, é a força da performance de Winona Ryder, imprimindo uma vitalidade e personalidade à Jo March. Ainda que derrape eventualmente em passagens mal exploradas, o saldo final é um drama familiar eficaz e competente.

Avaliar este filme é uma tarefa muito difícil, mas vale ressaltar que sua estética ainda impressiona e seu subtexto político permanece instigante.

Uma palavra: encantador. Assista e entenda.