Lupas (3820)
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Como diria o protagonista: "isso é sério?" Certamente, outra piada do livro "1001 Filmes"! A fotografia se salva em meio ao nada, o que infelizmente não ajuda (pelo menos se tivesse feito mais algumas tomadas dos belos seios da Penny, até contribuiria).
Gilberto C. Mesquita | Em 21 de Junho de 2020. -
A confusão proposital do roteiro (ironiza a idiotice de querer entender um assassino para justificar seus atos aos olhos da sociedade ou faz alegoria ativista disfarçada de filosofia comportamental séria?) só conduz a uma enfadonha narrativa sem sentido. Se a intenção de Marleen Gorris era promover uma espécie de anarquismo torto, debochando das instituições e das leis, conseguiu (mas nada louvável). Porém, se pretendia fazer um questionamento inteligente, sobre tradição cultural, passou longe.
Gilberto C. Mesquita | Em 21 de Junho de 2020. -
A abertura inflamada ("o homem branco é o diabo, o homem negro que é o homem original (...), criador e dono do universo!") já mostra o objetivo do material. A produção (um pseudodocumentário, com atuações sofríveis) é uma mistura desorganizada de filmagens aleatórias (a edição das imagens é bem tosca), sem sequência narrativa. Não há preocupação em contextualizar nada, apenas jogar papo-cabeça pela tela, glamorizando a malandragem ("oh, man") e o crime. Outra pegadinha do livro "1001 Filmes".
Gilberto C. Mesquita | Em 21 de Junho de 2020. -
A lista dos "1001 Filmes" às vezes tem "pegadinhas" injustificáveis. A produção (não dá pra chamar de documentário cinematográfico) é uma narrativa enfadonha de documentos do NYT (provavelmente cartas e ofícios de autoridades ou textos jornalísticos), que narram a evolução de acontecimentos relacionados ao tema. No entanto, o assunto sequer é apresentado, e as imagens pouco "interagem" com o contexto que está sendo lido. Vale apenas por uma ou outra curiosidade ou paisagem de Deseret (Utah).
Gilberto C. Mesquita | Em 21 de Junho de 2020. -
O roteiro simples não é ruim, porém, ao cair na fácil armadilha da vitimização (furtou pela fome e foi condenado com rigor por ser negro), acaba perdendo um pouco da coerência (a família carente de comida não passa mais necessidades, após a prisão do chefe provedor). A direção, no entanto, consegue manter o equilíbrio narrativo, evitando o dramalhão lacrimoso. As atuações são honestas, com destaque para Cicely Tyson (ainda que seu personagem não tenha exigido uma interpretação mais visceral).
Gilberto C. Mesquita | Em 21 de Junho de 2020. -
O roteiro é tão generoso com o personagem Marius, uma vez que todo castigo seria pouco para um salafrário que abandona uma mulher como Fanny (ainda mais sendo a lindíssima e encantadora Leslie Caron), que as inconsistentes cenas finais dão até náuseas (e foram projetadas para arrancar lágrimas a fórceps); e a direção insiste demais no dramalhão novelesco, que causa incômodo. Pelo menos as atuações da "velha guarda" (Chevalier e Boyer) seguram o humor, e a boa trilha sonora compensa a canalhice.
Gilberto C. Mesquita | Em 20 de Junho de 2020. -
O roteiro (vencedor do Oscar de originalidade, o que geralmente acontece com essas esquisitices) é tão desorganizado que fica difícil amarrar a trama como um todo. As informações são entrecortadas e confusas (afinal, qual era o conteúdo falso do testamento?). As subtramas vão sendo apresentadas e finalizadas abruptamente, sem uma preocupação maior da direção com o sentido geral da narrativa. Enfim, uma confusão só. Pelo menos as atuações são boas e a trilha sonora ajuda o estilo do filme.
Gilberto C. Mesquita | Em 20 de Junho de 2020. -
Com parte técnica louvável (ótima fotografia), o filme carece de um roteiro mais envolvente (ainda que a narrativa seja bem organizada e até faça jus ao Oscar recebido), particularmente um desfecho marcante (embora reflita fatos acontecidos, deixa aberta a trama). A direção extrai o melhor do elenco nas cenas, que são conduzidas de forma dinâmica e agradável (boa montagem também), e as atuações são convincentes (destaque para Josiane Hegg, cujas expressões refletem o sofrimento da protagonista.
Gilberto C. Mesquita | Em 20 de Junho de 2020. -
A objetividade da edição, somada à dinâmica narrativa que Edgar Selwyn conduziu sua direção resultam num filme, senão emotivo, bastante realista, particularmente, no desfecho coerente, que não caiu na armadilha da previsível reviravolta lacrimosa. A atuação de Helen Hayes talvez tenha excessiva teatralidade, mas não deixa de ser consistente com a expressão artística da época, e com o próprio drama vivido pela protagonista (que reflete o sacrifício de tanta mães solteiras ao longo dos tempos).
Gilberto C. Mesquita | Em 20 de Junho de 2020. -
Somente toda graça e simpatia de Olivia de Havilland para conseguir levar nas costas um roteiro tão banal (e beira o absurdo na maior parte dos acontecimentos), que extravagantemente levou o Oscar (é moda antiga premiar "originalidade", independente do mérito). A direção de Krasna não se preocupa com a coesão da trama, mas consegue dar um tom alegre ao filme, principalmente, quando enfatiza as tiradas do tio Holman ("9 e 11 homens por parte de pai"). O elenco de apoio também dá conta do recado.
Gilberto C. Mesquita | Em 20 de Junho de 2020. -
A relevância da história já dá uma força natural ao roteiro, bem enxuto e objetivo, que marca os pontos mais importantes da caminhada de Edna Gladney tanto no acolhimento de órfãos, quanto na mudança da legislação em relação aos adotados "ilegítimos". A direção sensível de LeRoy, acompanhada por uma trilha sonora adequada, transmite emoção no momento certo, impedindo que a obra se transforme num dramalhão apelativo, e a atuação marcante de Greer Garson dá credibilidade à nobre protagonista.
Gilberto C. Mesquita | Em 20 de Junho de 2020. -
O roteiro consegue ser mais nauseante que novela global: os personagens mudam de sentimento, numa velocidade absurda, como se estivessem tomando banho de água fria ou interpretando artistas casamenteiros. A direção nem se preocupa em tentar conduzir uma trama mais ou menos crível, em torno das reviravoltas, vai simplesmente jogando o resultado, sem qualquer cerimônia (a edição que se vire para dar credibilidade). As atuações, lideradas pelas irmãs Lemp, são um verdadeiro teatro de marionetes.
Gilberto C. Mesquita | Em 19 de Junho de 2020.