Lupas (1517)
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Anthony Hopkins dá vida ao grande homem Nicholas Winton, que ajudou a salvar algo em torno de 669 crianças que moravam em Praga, logo antes de Hitler a invadir, transferindo-as para a Inglaterra. Estranho como um longa do mesmo diretor de alguns episódios de "Black Mirror" se sai extremamente burocrático e piegas, é como assistir "A lista de Schindler" versão programa sensacionalista de domingo, e é bem isso mesmo que o roteiro caminha: o ápice é quando os feitos vêm à tona mediante na TV.
Alan Nina | Em 16 de Março de 2024. -
Zac Efron me surpreendeu positivamente aqui, e o filme, baseado em fatos reais, consegue passar a dimensão moralista de seus personagens com tomadas bem criativas (o foco nas armas, por exemplo, ou o timing perfeito do corte da mãe). Ainda acho que é um filme prolixo, mas o roteiro tenta e a edição ficou realmente muito boa, algumas sequências ficaram rápidas demais, mas tudo muito funcional à narrativa.
Alan Nina | Em 13 de Março de 2024. -
O sexto sentido versão queer traumatizado. Os diálogos são bem rasteiros (tem até algumas passagens bem didáticas que não passaram a naturalidade necessária); em contrapartida, um roteiro até que bastante profundo sobre as dificuldades do homem gay em criar vínculos, com uma pegada freudiana da influência dos pais. Interessante.
Alan Nina | Em 13 de Março de 2024. -
A Millie Bobby Brown já mostrou certa desenvoltura com ação nos dois Enola Holmes, e aqui ela meio repete os cacoetes da irmã da detetive em prol de uma ação/aventura genérica. Em muitos momentos, esse filme me lembrou aspectos de aventura juvenil como em Harry Potter (especialmente a Câmara secreta).
Alan Nina | Em 12 de Março de 2024. -
Faz muito bem o feijão com arroz apresentando os personagens em close, para criar a ligação necessária para se importar, e o que é melhor, sem excesso de piadinhas tão comuns no gênero. Alguns momentos piegas não estragam o clima de suspense, conseguindo preencher o tempo de tela num filme com duração adequada. Por mais inverossímil que pareça, o filme consegue gerar ótimo entretenimento, com algumas cenas que não poupam o espectador.
Alan Nina | Em 10 de Março de 2024. -
Nos últimos anos, tanto o Senegal quanto a Líbia têm enfrentado conflitos sociais de diferentes naturezas, e a questão das pessoas que atravessam o Mediterrâneo para chegar à Itália está diretamente ligada a esses conflitos. Com muita sutileza, "Io capitano" mostra a vida de dois primos em Senegal, que juntam dinheiro às escondidas para tentar uma vida melhor na Europa. O problema todo estará no percurso, com um filme absolutamente arrebatador.
Alan Nina | Em 10 de Março de 2024. -
Um retrato meio perturbador sobre a influência do pensamento religioso fundamentalista, com uma família robótica podando o desenvolvimento de uma garota,que acaba por se envolver com o pastor. Por mais que tenha momentos realmente tocantes e revoltosos (a fala do pai do pastor pondo a culpa na vítima é de revirar o estômago), o roteiro parece optar pela burocracia, e tudo vai passando de forma letárgica. A cena da garota dançando ao final ficou linda demais, mostrando fragmento de liberdade.
Alan Nina | Em 07 de Março de 2024. -
Por mais que o filme peque nas cenas de ação, e alguns efeitos tenham ficado meio tosco, é um filme bastante simpático dentro de suas limitações, daqueles que a cara de paisagem do protagonista soa como olhar perdido e crível diante das situações, casando bem o drama na ficção científica da proposta da obra. É também interessante ver a criação desse mundo explicada freneticamente nos primeiros minutos em cortes rápidos, passando pouca informação mas condensando o que há de essencial.
Alan Nina | Em 03 de Março de 2024. -
O uso do espaço lembra bastante "Boa sorte, Léo grande", mas dessa vez os papéis de gênero se invertem: o homem, mas endinheirado, contrata a jovem para momentos de prazer, mas regados a jogos de encenação. Não deixa de ter seus bons momentos, mas o texto é muitas vezes irritante e infantil, com pitadas além da conta (as cenas quebrando tudo, por exemplo), enfraquecendo a naturalidade. No entanto, diverte bem, e até mesmo a solução final, já sentida, é eficaz.
Alan Nina | Em 03 de Março de 2024. -
"Durma 2" é menos ruim que o primeiro, com seu show megalomaníaco vislumbrante aos olhos, e uma fotografia menos afetada, visualmente foi mais fácil de acompanhar. Mas os sérios problemas permanecem: uso excessivo da trilha, da câmera lenta, e como qualquer coisa, da mais besta possível, é enquadrada para soar épica. Tanto que o filme abandona os irritantes maneirismo no terço final e melhora da água pro vinho. Para a parte 3 espero que o Villeneuve se dê conta que, às vezes, menos é mais.
Alan Nina | Em 03 de Março de 2024. -
O clássico sociólogo francês Émile Durkheim introduziu o termo "Tótem" em sua obra "As Formas Elementares da Vida Religiosa" (1912), onde ele analisa as estruturas sociais e religiosas das sociedades tribais australianas. Na antropologia, um totem é um objeto natural ou animal, frequentemente venerado como símbolo sagrado ou espiritualmente significativo por uma determinada comunidade, clã ou tribo. O totem pode representar a ancestralidade, a conexão com a natureza ou a identidade coletiva.
Alan Nina | Em 03 de Março de 2024. -
Parece um daqueles tutoriais do Youtube para lavar banheiro. Mas falando sério, Wim Wenders acerta bastante na atmosfera e na construção dos seus personagens, mas a partir da metade do filme já estava de saco cheio do ritmo (monotônico sempre), dos personagens secundário, daquela rotina... A mensagem sobre ser feliz com pequenas coisas é muito bonita e louvável, mas temo também pela romantização do labor.
Alan Nina | Em 01 de Março de 2024.