Lupas (1517)
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Confesso que me diverti mais do que esperava com uma trama que apresenta um bando de ladrões de arte que, claro, contará com a ajuda muito benevolente do roteiro. As locações tem seus momentos, como alguns sobrevoos bem bonitos em Veneza, no qual há um leilão de obras, uma delas em NFT. Esta cena só serve para apresentar o bando, e, principalmente, a arte NFT, e nessa funciona muito bem, eu realmente nem sabia sobre isso e fui pesquisar a respeito.
Alan Nina | Em 01 de Março de 2024. -
Vencedor do Bafta, este foi o último filme dos concorrentes ao Oscar que tive o prazer de assistir, sendo um ano muito bom para o cinema: mesmo que nem todas as obras sejam obras-primas, confesso que está muito bem nivelado este ano, exceto "Maestro" todos os filmes são muito bons. Dito isso, "American Fiction" parece compor um grupo de filmes com tema sobre racismo, mas desta vez aqui o olhar é bem diferenciado. Temos o excelente Jeffrey Wright num dos seus maiores papéis, com todos os méritos.
Alan Nina | Em 28 de Fevereiro de 2024. -
Gosto de como "A baleia azul" se tornou uma espécie de lenda urbana, e o filme se aproveita disso para criar um clima de tensão e suspense aos moldes de "Searching" e principalmente "Missing": vamos acompanhando a protagonista mediante a tela de um celular, inserindo-se no jogo que provocara a morte da irmã. Ocorre que, desta vez, os cortes são bem artificiais, assim como a câmera, que na maior parte do tempo nem parece que há alguém segurando.
Alan Nina | Em 28 de Fevereiro de 2024. -
Um filme muito gostoso de ver, mesmo que tecnicamente seja bem abaixo da média. Isto porque a mensagem sobre o contato com a natureza, e as imagens que conseguem captar do fundo do mar é bem tocante, com uma mãe e uma filha lutando para preservar uma reserva marinha, e contando com um trabalho de edição bem interessante, ao mostrar dois momentos de vida delas. No entanto, algumas cenas deixam a desejar, especialmente envolvendo os demais personagens secundários, retratados superficialmente.
Alan Nina | Em 26 de Fevereiro de 2024. -
"Suncoast" trata sua protagonista adolescente com certo amoralismo muito bem vindo, tal qual no recente "How to have sex", mas aqui há outras camadas interessantes: sua relação com a mãe, com o irmão em estágio terminal, com um desconhecido que ela conhecera na frente do hospital, na escola cristã. Esse caldeirão muito bem feito, tem por trás a história real da diretora estreante Laura Chinn, e a julgar pela estreia, pode prometer muito no futuro.
Alan Nina | Em 25 de Fevereiro de 2024. -
Tirando a parte do acidente, que é realmente muito bem feita, e que passa todo o drama necessário (além do momento repentino), temos um filme que é basicamente uma novela sobre o triângulo amoroso do Enzo Ferrari, vivido por Adam Driver, e uma Penélope estridente por não ser aquela a quem vai lhe dar um herdeiro, embora goste de seus pulsos com os negócios, pioneiro à época, mas os textos estão completamente deprimentes.... Gran Turismo funciona melhor do que Ferrari em termos de corrida.
Alan Nina | Em 24 de Fevereiro de 2024. -
Hayao Miyazaki geralmente não erra, e temos aqui um filme tecnicamente lindo, com suas cores típicas, e aquela velha mensagem humana. Mas não tenho como deixar de notar que chega a ser redundante em sua filmografia: protagonista tentando se encontrar, relações familiares problemáticas, um lugar mais idílico como escape, personagens secundários estranhos e alguns fofos. Talvez a academia veja como homenagem mesmo. Mas embora tenha momentos criativos, a meu ver o roteiro não trás grandes novidades
Alan Nina | Em 24 de Fevereiro de 2024. -
Gostei muito dessa patuscada, especialmente como trabalha o suspense, e olha que o lugar é bem aberto, mas mantem o clima claustrofóbico, por mais que tudo seja clichê aqui: um verdadeiro Rambo, o que foi bem forçado para um combatente inexperiente. Ao menos tá bem atuado e dirigido. O humor aqui funciona como contraponto a uma hierarquia militar acostumada com status: o desleixo é parte da humanidade que brota em ambientes hostis. Mas confesso que preferia um fim mais trágico, faltou coragem.
Alan Nina | Em 23 de Fevereiro de 2024. -
Particularmente, gostei muito da edição desta obra do Hirokazu Koreeda, há umas voltas interessantes para ver diferentes pontos de vista, e o filme não precisa alertar o espectador para isso (tem que ficar atento), mas tudo tem um porquê organicamente ao roteiro: a depender da perspectiva e das motivações de nossas ações, seremos vistos como monstros, ou não. É um trabalho estupendo de roteiro, sensível ao extremo e muito bem montado.
Alan Nina | Em 23 de Fevereiro de 2024. -
Um trabalho muito melhor da Moore do que "May December", mostrando-a num papel de uma mãe perdida em sua maternidade, ao mesmo tempo que tem veias controladoras, não consegue estabelecer um vínculo com o filho influencer adolescente. Talvez seja o filme que mais me agradou recentemente em termo de representação da juventude, pintando-a ora como uma nova espécie de "alienados digitais" mas também retratando parte da juventude que vive no mundo da lua, que ainda carrega sonhos revolucionários.
Alan Nina | Em 22 de Fevereiro de 2024. -
Quando o estilo de Jordan Peele encontra um roteiro voltado ao público adolescente, portanto, muito mais didático, é filmado de forma bem à vontade, num casarão que lembra os acontecimentos de "Morte, morte, morte", temos "The blackening" como resultado imediato dessa linguagem da diversidade (especialmente étnica) que tomou conta em jargões e em pensamentos da cultura ocidental. Assim, espero ver o elenco muito à vontade (ótimo trabalho da direção) disparando uma série de referências pretas.
Alan Nina | Em 22 de Fevereiro de 2024. -
Por mais boa intenção do roteiro em pintar um quadro de uma mãe solo (com o marido viciado sempre à espera, e um pai com tornozeleira eletrônica a passar os últimos dias de vida com a filha e o neto), e ainda fazendo da criança um rapaz esperto mas também sensível,grita uma sensação de atitudes meio robóticas, como se não passasse naturalidade. Esse esquematismo prejudica o envolvimento e a tensão, cuja última cena é exemplar: não há espaço aqui para multidimensionalidade.
Alan Nina | Em 21 de Fevereiro de 2024.