Lupas (800)
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Não sou muito bom de piada, mas vamos lá: "Dunkirk é o Glória Feita de Sangue de Christopher Nolan". Quando tudo que eu queria é que fosse como O Encouraçado Potemkin: mudo.
Rodrigo Torres | Em 29 de Agosto de 2019. -
Uma aventura que se apropria bem da larga escala para engajar o público na urgência da trama e evocar a grandiosidade da missão do protagonista, da imensidão do espaço e de todo um legado do subgênero. Até que resolve, lamentavelmente, um desfecho improvável com uma elocubração filosófica ridícula. Com um deus ex machina cretino com verniz existencialista vagabundo. Nolan tanto mira em Kubrick, Tarkovski, que acerta em Paulo Coelho. Seu merecido título é de Romero Britto do cinema filosófico.
Rodrigo Torres | Em 29 de Agosto de 2019. -
KMF tem noção do status que alcançou, manipula bem a expectativa dos fãs e verte esses elementos em um grande evento — na diegese e fora dela, fazendo cinema, política e publicidade. É um autor em formação, que me remonta a Tarantino em suas melhores qualidades e alguns deslizes. Atuações e diálogos grosseiros, denúncias panfletárias e ritmo débil soam deliberados, duvidoso, um certo descuido, comunicam autoindulgência. Mas a sensação final é de singularidade e transpiração de filme B — ótima!
Rodrigo Torres | Em 27 de Agosto de 2019. -
Um dia eu revejo e refaço essa lupa. Sob pena de mudar a nota para 5,0 ou 7,5 ou 10,0. Ou 0,0.
Rodrigo Torres | Em 13 de Agosto de 2019. -
Um coming-of-age com ares de Capitão Fantástico sem a narrativa tradicional hollywoodiana ou a abordagem romantizada do filme de Matt Ross — até pela falta de conteúdo da história, um fiapo que se perde na maior preocupação de Dominga Sotomayor em apenas retratar o cotidiano de uma comunidade isolada no Chile dos anos 80/90. Assim, faz muito bem ao que se propõe, a fotografia é caprichada, mas a proposta é um tanto modesta demais. A maior complexidade do filme reside em seu bonito título.
Rodrigo Torres | Em 13 de Agosto de 2019. -
O elenco é bom, o filme é visualmente requintado, mas a história é insuportável. Um novelão! Abutres segue sendo o melhor trabalho de Pablo Trapero — o que me faz questionar o porquê de eu ter me interessado tanto em ver esse novo.
Rodrigo Torres | Em 13 de Agosto de 2019. -
Não foi dessa vez que Ricardo Darín voltou a fazer um grande filme. Além do título, não compreendo bem a duração e o final. Mas funciona muito bem em sua proposta de dramédia. Tanto em suas reflexões sobre uma relação conjugal (gosto de como o filme trata das contradições de um término de casamento mesmo quando se ama a outra pessoa e sobre a manutenção de um relacionamento mesmo quando não existe esse amor), como em algumas cenas cômicas. Uma cena de encontro de Tinder beira o genial.
Rodrigo Torres | Em 13 de Agosto de 2019. -
Comédia nonsense e brutal com o frescor da obra dos Irmãos Coen, suspense psicológico com o ritmo lento, o tom velado e a atmosfera macabra de David Lynch, tudo reunido no contexto da ditadura argentina da década de 70 de modo a provocar uma reflexão urgente, atual, sobre violências físicas e morais, pessoais e institucionais, ao outro que se voltam contra nós, e sua relação com a ascensão da extrema-direita no mundo — e seu imenso perigo. Espetacular!
Rodrigo Torres | Em 13 de Agosto de 2019. -
História, culturas, vícios, lendas e signos condensados em um filme de ótimo roteiro, sugestões provocantes e incrível atmosfera, assustadora. Toda a discussão envolvendo sua influência para a criação do termo pós-horror envolve em antipatia uma obra de extrema qualidade.
Rodrigo Torres | Em 13 de Agosto de 2019. -
É estranha a sensação de copiar tanto Superbad e ficar tão aquém, não ter a coragem de ir adiante e ser mais pungente (seja pelo humor, bobo, seja na emoção). E o mais curioso é que eu já nem lembro bem o porquê, dos momentos específicos em que senti isso — o que diz muito e depõe contra o filme, visto há poucas horas. O roteiro soa fácil, com um excesso de conciliações forçadas... Enfim! Ainda assim, comédia cheia de energia, carisma e um par de cenas ótimas; esteticamente criativas e lindas.
Rodrigo Torres | Em 01 de Agosto de 2019. -
Sim, é bom, mas eu preferiria que não existisse.
Rodrigo Torres | Em 21 de Julho de 2019. -
Violência gratuita como eixo da mais pura desordem oitentista: tiras, lasers, synths, nazis, lendas, vikings, dinos. E tem mais: caos na cidade, trama absurda, vilão zoado, dublagem malfeita, tecnologia grosseira. Mais que o cinema, é toda a cultura dos anos 80 reunida em uma completa (e divertida) zorra! Exagerado? Sim. Tosco? Claro! A proposta é a paródia e o resultado é perfeito — ou quase. Melhor homenagem possível — ok, quase.
Rodrigo Torres | Em 21 de Julho de 2019.