Lupas (759)
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Django é atingido, punido e também sofre as consequências por estar inserido num meio onde não há regras, compaixão ou desculpas, é a personificação máxima (ao lado de Blondie de Leone) do anti-herói do western spaghetti, durão, de poucas palavras, em busca de vingança, de sentido para uma vida arruinada, e aqui é imortalizado na pele de Franco Nero. Só não entendi por que o Major não foi pro saco nas duas primeiras vezes que Django teve a possibilidade, mas...
Daniel Borges | Em 27 de Janeiro de 2020. -
Com toda certeza um dos maiores protagonistas já visto no western spaghetti, Keoma é alguém que vaga por respostas, procura significados em uma vida que já perdeu seu encanto. A direção de Castellari é autêntica, poética, fulminante a lá Peckinpah e aqui tem uma dúzia de momentos que poderiam ser emoldurados. O momento em que Keoma corre após seu pai ser alvejado é das cenas mais lindas que já vi em um faroeste italiano. OBRA-PRIMA!
Daniel Borges | Em 26 de Janeiro de 2020. -
Nada funciona neste filme. O tal demônio só aparece por 5 SEGUNDOS no filme inteiro, não tem ninguém possuído (como nos 2 anteriores), os sustos são amadores (um envolvendo um elevador é deprimente) e a sequência final é ilógica e sem clima. Os produtores ávidos por dinheiro ainda introduziram uma série de cenas em 3D, mas que não passam de besteiras. Richard Fleischer no piloto automático total aqui.
Daniel Borges | Em 22 de Janeiro de 2020. -
Roteirizado pelo diretor Tommy Lee Wallace (que detestou o primeiro filme e só entrou na jogada caso aceitassem realizar um prequel, e não uma sequência), o nível de qualidade aumenta substancialmente aqui, com uma trama melhor desenvolvida, personagens complexos e finalmente bons momentos de arrepiar (tudo que faltou ao original). Bebendo mais da fonte literária que o inspirou, a trama ainda vai além com uma polêmica e perturbadora relação de incesto. Passatempo acima da média.
Daniel Borges | Em 20 de Janeiro de 2020. -
Apesar de sempre despertar as mais variadas interpretações, a experiência em assistir um filme de Kitano sempre é uma só: a transcendência dos sentidos. Novamente temos o contraste da violência crua, sempre chocante e sem concessões com a pureza de brincadeiras infantis e momentos inimagináveis para uma gangue yakuza se submeter. Daí nasce a riqueza sensorial e emotiva de Beat Takeshi, um poeta minimalista extremamente cirúrgico. FILMAÇO!
Daniel Borges | Em 18 de Janeiro de 2020. -
Aquela máxima do "não é bom, mas também não é ruim" serve direitinho aqui. Bem produzido, elenco legal, um par de bons momentos de suspense... mas fica aí. De resto temos muitos clichês e situações que ferem a própria lógica interna do filme várias vezes. Entretenimento enlatado eficiente e rasteiro.
Daniel Borges | Em 17 de Janeiro de 2020. -
Bob Kelljan (de Conde Yorga, Vampiro) assume as rédeas da continuação de Blácula, desenvolvendo um pouco mais o celebre personagem de William Marshall. Os interesses do vampiro se voltam para o vodoo na esperança de se livrar da maldição e retornar pra casa, deixando o romantismo do original pra trás. Aqui os detalhes ficam por conta dos capangas se parecerem mais com zumbis do que vampiros e uma Pam Grier mais discreta que o habitual. No mais, um filme sem maiores surpresas.
Daniel Borges | Em 12 de Janeiro de 2020. -
Aqui nos deparamos com uma premissa bem curiosa do mito vampiresco em pleno blaxploitation, com direito a estacas no coração, transformações em morcego, a busca do amor eterno, falta de reflexo, etc.. sem contar William Marshall extremamente elegante como Blácula. Mas é inegável que o roteiro não é o forte aqui (após Manuwalde conquistar Tina, fato que movia a trama, as situações soam repetitivas e não avançam mais), mas ainda assim o saldo é positivo. Bela história de amor.
Daniel Borges | Em 12 de Janeiro de 2020. -
Provocativo, polêmico, panfletário... não é difícil imaginar muitas pessoas virando a cara pra este filme de Fuller em 57, discutindo ideologias, selvageria e a condição de humilhação encarnada na pele de Rod Steiger. Com vários takes lindíssimos com travellings e gruas, a trama avança enquanto os personagens são desconstruídos lentamente, num dos mais fascinantes westerns do período.
Daniel Borges | Em 12 de Janeiro de 2020. -
O texto é riquíssimo e nos mantém hipnotizados durante todo o tempo, nos surpreendendo e arrancando boas risadas até a virada decisiva na trama, num brilhante jogo de quebra de expectativas, sem contar que tecnicamente é impecável. Os diversos símbolos apresentados são marcantes, as vezes sutis, outros devastadores, que promovem reflexão e um olhar crítico muito além do entretenimento, afinal somos todos parasitas, o que muda é a conveniência. Se o final fosse menos arrastado seria perfeito.
Daniel Borges | Em 11 de Janeiro de 2020. -
Decepcionante ver uma premissa tão interessante se tornar um filme tão superficial, mesmo com um elenco estrelar à serviço (embora pouca grana, produzido pela Tigon). O filme nunca encontra um tom, os 3 patetas dos vilões retiram qualquer seriedade em torno da vingança, Hannie precisa de poucos dias pra se tornar a mais foda do oeste, Thomas deveria ser um especialista mas vacila tempo todo, Lee numa ponta sofrível... Apenas a linda fotografia e a trilha sonora se salvam nesse veículo de Welch.
Daniel Borges | Em 08 de Janeiro de 2020. -
Já nos créditos inciais temos uma demonstração da beleza e energia descomunal que nos aguarda, numa obra que influenciou estilos e diretores. Pam Grier mais linda do que nunca chutando bundas em bares, pilotando avião e matando gângster, tudo preenchido por uma belíssima trilha sonora. Só as convenções do roteiro é que atrapalham um pouco, em "Coffy" a personagem saía das emboscadas com inteligencia, aqui ela conta com sorte e muita conveniência, mas ainda assim um entretenimento explosivo!
Daniel Borges | Em 07 de Janeiro de 2020.