Uma revolta da natureza contra os homens, um tema bem atual, não é verdade? É justamente disso que trata Os Pássaros (The birds), filme dirigido por Alfred Hitchcock e lançado em 1963. Na verdade a obra - como já anuncia o título - aborda sobre uma revolta dos pássaros, de todas as espécies, contra os moradores de uma cidade chamada Bodega Bay. Hitchcock se mostrou especialista em transformar roteiros medianos em verdadeiras obras-primas, basta analisarmos a vasta filmografia do diretor para comprovarmos tal afirmativa, mas com o filme de 1963, na minha opinião, ele não alcançou tal feito. Baseado num conto homônimo da escritora Daphne Du Maurier, o filme conta uma história cercada de suspense e horror. Melanie Daniels (Tippi Hedren) é uma mulher muito atraente e decidida. Ela vai até uma pequena cidade - Bodega Bay - em busca de um romance potencial. Atraída por Mitch Brenner (Rod Taylor), Daniels decide ir em busca de seus objetivos de qualquer forma, porém sua chegada na pequena cidade, coincide com o acontecimento de fatos estranhos no local. De repente os pássaros se revoltam com as pessoas e seus ataques provocam um clima de suspense e terror na pequena comunidade. Como podemos perceber a história não apresenta nada de muito sofisticado - inclusive Joseph Stefano, que escreveu o roteiro de Psicose (1960), foi convidado por Alfred, mas não se interessou pela história - que culmina num roteiro regular. Mas mesmo assim a direção de Hithcock é eficiente. Temos alguns momentos geniais, como por exemplo, no plano sequência do restaurante durante o ataque dos pássaros e no último ataque na residência de Mitch. Os pássaros é um filme diferente na carreira do diretor. O fato de não ter um assassino já é incomum, porém a maior discrepância ocorre com o desfecho da obra: nenhum mistério é desvendado. Além disso não temos músicas intercaladas com as imagens: o único som que ouvimos são ruídos de pássaros, o que monta um ambiente de selvageria e tensão de forma constante. Os Pássaros foi extremamente inovador e intrigante, porém nos dias atuais seus efeitos foram amenizados. E como sofreu interferência significativa do tempo, o filme não figura como uma obra atemporal, e sendo assim, não pode ser considerado uma obra-prima. Mas sem dúvida alguma trata-se de um bom filme: temos momentos dignos de Hitchcock. E isto sim, é impagável!
Críticas
7,0
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