Benjamin Button é como um homem qualquer. Para ele, o tempo jamais pára. Mas, ao contrário do comum, o personagem de Brad Pitt é afetado por um "efeito contrário da vida": um bebê que nasce velho (com pele enrugada e catarata em estado avançado) e que morre jovem ( uma criança com voz fina).
De fato, a sinopse sugere uma belíssima história. Sim, isto é verdade. O autor F. Scott Fitzgerald vai além do imaginável, criando um grande personagem chamado Benjamin. Pronto! Com uma idéia principal, basta apenas procurar por um bom roteirista para fazer a adaptação para o cinema. E ele veio: Eric Roth, aquele mesmo que redigiu Forrest Gump- O Contador de Histórias, que por sinal é uma ótima obra. Oscar de Melhor Filme em 1994, por sinal.
Porém, com um rico argumento nas mãos, Roth parece apenas moldar o conto de Fitzgerald à uma saga que já existe. Enfim, nota-se uma total falta de inovação e criatividade através do roteiro. Benjamin Button fica o tempo todo à sombra de Forrest Gump. Qualquer semelhança não é mera coincidência. Vejamos os fatos.
Ambos os personagens foram soldados em alguma guerra em que envolvesse os Estados Unidos. Nos dois casos, também, os protagonistas sofrem por paixões impossíveis por mulheres que conheceram na infância, sem contar, as experiências com navegação em barcos dos dois.
Analisando o filme, isoladamente, o resultado é plenamente satisfatório.A direção de David Fincher consegue sustentar com tranquilidade um filme de 159 minutos. Os espectadores sentem, ao final, que assistiram a um curta-metragem tal é o poder da fita.
Em sua interpretação, Brad Pitt não surge como espetacular ou em altíssimo nível. Seu desempenho é considerável, estando num nível mediano para excelente. Nada anormal, como sempre foi em sua carreira. Já Cate Blanchett, a paixão de Button, está muito bem em seu papel. É possível perceber que a atriz serenidade e sensualidade à Daisy, nos momentos mais corretos.É lamentável que esta linda profissional não tenha sido indicada ao Oscar nem como atriz coadjuvante; um erro forte da academia.
O Curioso Caso de Benjamin Button, em suma, é uma obra poderosa e deliciosa de se assistir. Por incrível que pareça, o roteiro e as ótimas montagens e fotografias sustentam o filme. Porém, como já dito, é exatamente no roteiro em que está o maior contra da obra. Apesar de ser muito bem desenvolvido, o trabalho de Eric Roth é repetitivo e pouco inovador.
Inevitável dizer: Brad Pitt está na mesma imagem e semelhança que Tom Hanks, há quinze anos. Não se falando em interpretações, é claro. Talvez seja por isso que as suas premiações foram mais escassas que o esperado. A academia não aguenta ver dois filmes ao mesmo tempo.
Mas, se Benjamin Button fosse feito em 1994 e Forrest Gump em 2009, Benjamin levaria as honrarias. Afinal, isoladamente, é um ótimo filme.
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