Transpira brasilidade em cada quadro, abordando uma história que se repetiu muitas vezes no sertão brasileiro (se é que deixou de se repetir). A direção coesa e a enxutez do roteiro formam uma dupla de acertos, e seu elenco desconhecido está muito bem encaixado nos papéis.
Uma espécie de ensaio formal para a obra prima Vidas Secas que viria a seguir. Dada às condições, NPS conseguiu inventar uma história razoável para fazer seu western tupiniquim no sertão brasileiro, explorando as paisagens, os mancarus, e os tipos propícios da região, como a mulher porreta líder do bando. Legal ver NPS improvisando bem de galã. Vale muito mais pela forma que o conteúdo, mas é um exercício bem interessante.
A primeira impressão é de uma precariedade total de recursos e de uma história baseada em uma lenda sertaneja sem muito interesse, aos poucos a narrativa, no melhor estilo nordestern, vai ganhando corpo e tem seu auge no apoteótico duelo final, walshiano.
Nelson Pereira não consegui filmar Vidas Secas em 1961 (por causa da chuva) e improvisou Mandacaru. O resultado é uma obra um tanto desconjuntada, mas a sobriedade da composição de planos e a atmosfera de Western nordestino são bastante interessantes.