É fato que ''Forrest Gump - O Contador de HIstórias'' é um filme eficiente, inspirador, e indubitavelmente, uma boa diversão (apesar da duração um tanto exagerada). Agrada tranquilamente quem procura por um filme ''bonitinho'', mas que é facilmente esquecido. Porém, o roteirista Eric Roth parece não hesitar ao querer plantar na mente do espectador suas próprias ''idéias'', que, eu particularmente, prefiro ficar bem longe. Ao menos, o longa de Robert Zemeckis (de De Volta Para o Futuro, muito superior, por sinal) apresenta um ator em seu auge, em uma das melhores atuações dos anos 90.
O ator a qual me refiro, é claro, Tom Hanks, que foi presenteado com seu Oscar de Melhor Ator, e ao contrário da maioria das premiações, dessa vez foi feita completa justiça. Hanks compões um personagem que gostamos, nos importamos, e além de tudo inspira bondade e esperança. Uma atuação digna de todos os elogios, sem dúvida alguma. Ao mesmo tempo que o resto do elenco se sai competente: Robin Wright é eficaz como Jenny, Sally Field é convincente interpretando a Sra. Gump, e Gary Sinisi oscila muito bem com seu personagem que sofre diversas reviravoltas ao longo do filme.
Robert Zemeckis faz um bom trabalho, mas senti em alguns momentos uma direção um tanto burocrática, senti falta de uma mão ''maior'' do diretor, para tornar a obra um pouco mais inteligente e enriquecida. Da mesma forma que a trilha sonora de Alan Silvestri pouco oferece e traz músicas que apelam ao ''bonitinho'' e ao melodramático.
E ''melodramático'', é algo que à em excesso em ''Forrest Gump'', Zemeckis parece não se conter ao se dar conta de que está fazendo um filme bobo de final feliz, e sempre sobe a música insuportável quando algo ''lindo'' acontece. Porém, ao menos o filme apresenta uma boa jornada do personagem, seria mentir dizer que acompanhar o arco de Forrest é desinteressante e nesse aspecto o roteiro se sai bem, a história não é sem graça de forma alguma, e a narração nesse filme, é ótima e bem cuidada, ao contrário da maioria dos filmes que utilizam esse recurso.
Mas talvez o maior problema de ''Forrest Gump'', seja tentar inserir ideias ao meu ver idiotas em minha mente. O patriotismo americano, que suga longos minutos do filme, podia ser contido se não fosse o roteirista Eric Roth, e é um ponto que incomoda muito no longa. Como se não bastasse, o filme ainda apresenta um irritante apelo religioso, levando os personagens dizerem em diversos momentos frases como ''ele fez as pazes com Deus'' ou então criticar um personagem pelo simples fato dele ''não rezar na igreja''.
Erros que, sem dúvida, poderiam não existir se não fosse essa seríssima e problemática obsessão de Roth ao expor seus pontos de vista. Mas o saldo final de ''Forrest Gump'' é com todas as certezas positivo. Bom ? Sim, sem nenhuma dúvida. Superestimado ? O mesmo.
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