Fui assistir Operação Walkíria sem grandes pretensões. Felizmente, o filme mostrou-se uma boa pedida. Tom Cruise revivendo um fato histórico me soou meio temeroso, mas até que ele se saiu bem na pele do coronel Claus Von Stauffenberg. Foi competente, mas não espetacular. Um pouco inseguro às vezes, eu diria. No entanto, tivemos interpretações muito boas na película. Uma das gratas surpresas foi Kenneth Branagh, que, se muito me engano, não aparece em grandes filmes desde Harry Potter e a Câmara Secreta, no papel do Professor Lockhart, que claramente não fazia jus ao seu talento. Ele incorporou bem o drama vivido pelos inconfidentes e expôs a alma daqueles que, oprimidos pelo sistema, tentavam fazer a diferença de alguma forma. De certa forma, esse é um dos pontos positivos do filme: mostrar que nem todo povo alemão concordava com as atrocidades do regime nazista, sem que isso soasse como uma bandeira. Outra interpretação que merece menção é a de Bamber, na pele de Hitler. O tom de voz, a postura... muito bom.
Mas, apesar disso, o filme patina um pouco. O roteiro é um pouco arrastado e sofre porque o espectador já sabe como o filme vai acabar, de uma forma ou de outra: a conspiração não vai dar certo, já que Hitler caiu sozinho. Sendo claro o final, o ideal seria que o roteiro fosse capaz de retirar, ao menos por um momento, isso da cabeça de quem assiste ou, pelo menos, não reduzir-se a um episódio do History Channel. Assim, apesar da boa ideia, o filme ficou meio basicão, sem acrescentar muito ao gênero.
A fotografia é muito boa, bem como a trilha sonora. Gostei muito também dos figurinos. O problema mesmo é na condução da história.
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