"Transformers" fez sucesso. E os grandes chefões de Hollywood sabem muito bem que se de um fiapo de roteiro saiu um filme de sucesso comercial, saem dois, três...
Michael Bay é um diretor de efeitos visuais e sonoros. Seus filmes são cheios de explosões, fogo, barulho. Nunca um roteiro denso ou muito travalho. Vide "A Ilha", a ficção-científica inteligente mais burra de todos os tempos, "Armageddon", outro filme de destruição inflando o orgulho norte-americano, e "Pearl Harbor", uma repetição insossa e apática de "Titanic" que possuía um irritante discurso de como é bom ser norte-americano no final da película, com direito a frases como "Nós lutamos e nós vencemos"!
Mas inegável também é a capacidade dos filmes de Bay divertirem o público. E com "Transformers" não seria diferente. Robôs alienígenas dotados de consciência e inteligência travando uma guerra civil milenar e que decidem resolver suas pendengas aqui, na Terra (onde mais seria?) e se camuflando na forma de carros, caminhões, aviões etc. Se no primeiro tudo isso nos era apresentado, aqui temos mais do mesmo, sem por nem o que tirar.
O que estraga mesmo o filme é, vejam só, o "calor humano" presente. Nenhum, absolutamente nenhum dos atores carne e osso ali presente é divertido, simpático, aprofundado ou que conquista o público. Pior, são todos muito forçados. Desde a ridícula subtrama da mãe de Sam, totalmente sem graça, até a desgraça completa de John Turturro, que chega, coitado, a mostrar as nádegas em um close, em uma cena totalmente desnecessária. PObre Turturro, ator de talento e experiência, não merecia tal mancha negra em seu currículo. Shia LaBeouf, o feinho mais conquistador dos últimos tempos, se algum talento para atuar tiver, o que eu acredito que tenha afinal não se tornaria o "ator fetiche" do momento de Steven Spielberg por nada, ele ainda não mostrou. E Megan Fox, coitada! Péssima atriz, está ali mesmo só para divertir a platéia masculina no cinema, com seu belo corpo, semelhança com Angelina Jolie e lábios de preenchimento falso obviamente colocado.
Os robôs são a única coisa boa do filme. Com mais personalidade que os personagens carne e osso e logo conquistam a empatia do público, sejam os bonzinhos Autobots ou os malvados Deceptions (que raio de nomes são esses?). Os efeitos especiais e sonoros são de arrepiar. O líder do bem Optimus Prime e o camaro fofo (é isso aí, fofo) Bumblebee continuam sendo os meus prediletos da história. Sensacionais!
Mas nem todos os robôs do universo Transformer-Hasbro consegue salvar o filme da canastrice dos atores, do péssimo roteiro e, principalmente, das terríveis falas. Os clichês mais insuportáveis estão lá (descobrir quem você é, qual o seu destino... Grande novidade!), assim como as falas mais manjadas. Assistir esse filme dublado, como eu assisti no cinema já que não havia cópias legendadas no horário, é um desafio para poucos e corajosos. A dublagem não é só ruim, mas cheias de gírias (até "caô" eu ouvi!) e linguajar bem rebaixado. Para um filme destinado também ao público infantil, "Transformers 2" é bem sujinho.
Outro ponto é esse que me irritou: toda a erotização do filme, personificada não só na personage de Megan Fox como na de Isabel Lucas, em um filme de censura baixa e com presença em massa das crianças acompanhadas por seus corajosos pais nas salas de cinema. Totalmente dispensável.
Talvez se tirarmos os atores, principalmente o apático LaBeouf e a canastra Fox, com suas falas toscas, o filme fique melhor, digno de um 6,0. A verdade é que esse "Transformers" é fraco demais para sobreviver de efeitos e barulheiras. Outro arrasa-quarteirão que, fora das gigantescas telas do cinema, é apenas um filme ruim, bem ruim.
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