Lupas (1003)
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Östlund parte de um furto de um celular pra refletir sobre o papel da arte num mundo ensimesmado e juvenilizado. Com belos planos (a câmera pelas escadas em caracol), e menos pedante e com mais estofo que em "Força Maior", "The Square" deixa sua marca.
Régis Trigo | Em 21 de Janeiro de 2019. -
Há um quê de Aronofksy no ar, mas o que poderia ser uma discussão sobre a solidão, a necessidade de aceitação pelo outro, e a falta de humanidade das relações virtuais, se dilui num whodunit sem sal. Ainda assim, olho nesse Goldhaber: o cara leva jeito.
Régis Trigo | Em 21 de Janeiro de 2019. -
Pra unir filmes desconexos ("Unbreakable" e "Split"), Shyamalan se vira nos 30, mas o excessivo falatório, os falsos finais, o desperdício de Willis e Jackson, e o meio termo entre a mitologia dos HQ e a aceitação dos diferentes, puxam a coisa pra baixo.
Régis Trigo | Em 21 de Janeiro de 2019. -
Ainda que a marca dos Coen esteja presente (enquadramentos elegantes e humor bizarro), os episódios variam entre o morno, o meramente curioso, e aqueles que não chegam a lugar algum. De uma dupla de diretores desse naipe, o resultado é bem decepcionante.
Régis Trigo | Em 18 de Janeiro de 2019. -
Pior que a visão parcial, que assume, mas não explica, a ausência de crime da Presidente, é a sua falta de foco, que vaga aleatoriamente entre a Lava-Jato, o Congresso, o impeachment, e a prisão de Lula. Parece um "Globo Repórter" antes da edição final.
Régis Trigo | Em 16 de Janeiro de 2019. -
A coragem de Koreeda de sair da zona de conforto merece aplausos, mas os elogios param aí. O diretor recicla ingenuamente os piores tiques do cinema de gênero; a trama metafísica é confusa, e a solução do mistério não convence. Expectativa > realidade.
Régis Trigo | Em 16 de Janeiro de 2019. -
Os elementos políticos e raciais de "Pantera Negra" o colocam num nível levemente acima na franquia Marvel. Mas isso não esconde alguns de seus defeitos, como a narrativa apressada e personagens mal desenvolvidos. Prêmio de filme mais superestimado do ano
Régis Trigo | Em 16 de Janeiro de 2019. -
Sai-se bem se visto como um exercício de estilo (o plano-sequência da briga é um tour-de-force), mas a partir do 3o ato, quando o roteiro começa a se explicar demais, o filme literalmente descarrila de vez. Neill, Farmiga e Wilson pra lá de desperdiçados.
Régis Trigo | Em 08 de Janeiro de 2019. -
Retrato humano, sincero, e realista de casais que sonham com o primeiro filho pela inseminação artificial (sei do que falo, pois passei por isso). O resultado é meio morno, mas as boas intenções do filme o justificam por si só. Hahn e Giamatti excelentes.
Régis Trigo | Em 08 de Janeiro de 2019. -
A fama de cult que adquiriu nesses anos não esconde seus problemas: coadjuvantes que servem apenas de escada pros protagonistas, final murcho, e a falta de uma motivação lógica que aproxime o casal central. No gênero, fico com "Harry e Sally" e não abro.
Régis Trigo | Em 08 de Janeiro de 2019. -
Diante de um biografado que viveu várias vidas em uma, é normal que o filme corte partes importantes da jornada de Mercury, que, se não afetam a narrativa para os leigos, deixam o resultado inofensivo demais. As cenas do Live Aid e Malek são os destaques.
Régis Trigo | Em 07 de Janeiro de 2019. -
Spike Lee parte de uma história real pra denunciar o racismo no seio da sociedade americana. As cenas reais que fecham e confirmam a mensagem do filme mostram que o cinema não é capaz de lidar com certas realidades. Melhor trabalho do diretor em 15 anos.
Régis Trigo | Em 07 de Janeiro de 2019.