Cronicamente inviável é um filme obrigatório. Dirigido por Sérgio Bianchi a obra faz uma crítica ao caos em que se encontra a sociedade brasileira. Com um conteúdo denso e inteligente o filme traz uma análise do nosso país, um retrato fiel de nossa sociedade, que infelizmente, não mudou muito de 2000 pra cá, ano de lançamento da película. Hipocrisia, alienação, preconceito, submissão e violência, são alguns dos temas debatidos na obra. Com um texto que mais parece acadêmico, o filme ganha destaque por conta de seu conteúdo. Tecnicamente a película é muito fraca. A única coisa que as vezes sobressai é a trilha sonora, que em certos momentos figura de forma eficiente. Apesar de contar com um elenco bom, as atuações não são grande coisa. A fotografia é ruim e a direção regular. Mas reflexões densas e necessárias são expostas a todo instante, nos apresentando um panorama social relevante e esclarecedor. O filme narra trechos da vida de seis personagens: Alfredo (Umberto Magnani), Amanda (Dira Paes), Adam (Dan Stulbach), Carlos (Daniel Dantas), Luis (Cecil Thiré) e Maria Alice (Betty Gofman), traçando o perfil de cada um, analisando postura social e suas ações individuais como pessoa. A obra também demonstra as dificuldades enfrentadas para sobreviver em meio ao caos brasileiro, além de questionar o que cada individuo faz para mudar tal realidade. Com um tom pessimista, todavia que não deixa de ser real, Cronicamente inviável nos guia por um Brasil brasileiro, porém longe dos encantos mil. A obra trata de várias questões pertinentes para a consolidação do mito da brasilidade, abordando até que ponto tais relações influenciam na nossa maneira de agir. O filme é recheado de grandes reflexões. Apesar de sua construção mal feita, Cronicamente inviável é um filme obrigatório. "Brasil mostra a tua cara, quero ver quem paga pra gente ficar assim..." Bianchi não só revelou a cara do Brasil , como também mostrou quem são os verdadeiros culpados por esta sociedade alienada, preconceituosa e escrota. Na obra somos colocados cara a cara com o nosso país. Um país que fazemos questão de esconder por trás de uma máscara carnavalesca feliz e cordial, porém fingida e demente.
Críticas
7,5
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