Assistir "Menina de Ouro" foi uma experiência na qual vivi poucas vezes. Poucas vezes fui surpreendido por tamanha emoção e imersão pelas simples ou difíceis histórias de vida de determinados personagens. Emoção essa que é sentida não por causa daqueles finais felizes clássicos que levam as platéias aos prantos, nem pelo mocinho ter ficado com a mocinha, ou nem pela história de vida de algum personagem que venceu na vida...entre outras situações. Esta linda e poética obra-prima, nos traz lição, perspectiva e acima de tudo visão. Clint Eastwood nos entrega uma obra totalmente sensível e arrebatadora. Clint conduz o começo até os 40 minutos finais perfeitamente para que nessa parte final, que seriam as cenas bem mais dramáticas, o filme continuasse interessante e continuasse com o mesmo ritmo envolvente.
Maggie (Hilary Swank) é uma personagem que inspira. Sua vida, suas dificuldades e o mais importante, sua determinação , é algo magnífico e que nos serve de exemplo. Vinda de uma família pobre e rejeitada por ela, Maggie, em busca do seu sonho, aparece na vida de Frankie (Clint Eastwood), um treinador de boxe canastrão, casca grossa, e ela lhe pede que a ensine o esporte, mas ele não treinaria mulher alguma durente sua carreira. A insistência e determinação de Maggie, convence o treinador, e apartir daí, o relacionamento deles vão se aprimorando, confiança e amizade se tornam presentes e Frankie faz da aluna uma campeã nos ringues.
São vários os aspectos que faz ''Menina de Ouro'' ser tão brilhante quanto estou dizendo. A difícil história de vida de Maggie já é algo forte no filme, sua determinação e sua vitória é algo mais forte ainda. A afinidade entre ela e Frankie, amizade pura, leal e sincera fazem com que o filme se pareça com um cajado que abre o mar como se estivesse abrindo nossa visão pra tudo ao redor de nossas vidas. As cenas empolgante, que tira um pouco da dramalheira do filme, nos faz torcer e empolga. Até mesmo preconceitos são abordados no filme. A rejeição da família de Maggie por ela dedicar sua vida ao boxe ao invés de caçar um marido e formar uma família. É triste saber que até mesmo a mãe que acabou de receber uma casa de presente com o dinheiro ganho através do esporte, julga a filha e ainda por cima vira as costas.
Assim, são várias as lições, vários os sentimentos e vários os assuntos abordados no filme que abre a nossa visão. O roteiro, praticamente perfeito, nos prepara a grande surpresa do filme, que sem dúvidas nos deixa chocado, intrigado, revoltado, e tudo mais. E o que já estava triste se torna mais triste ainda. E é incrível como Hilary Swank, que já considero sua atuação uma das melhores que já vi, como ela faz de Maggie uma personagem ao mesmo tempo bruta por ser uma lutadora de boxe e uma personagem sensível, amorosa e feliz. Sua atuação tem um poder enorme de emocionar. Percebe-se isso na cena em que Frankie está em pé ao lado da porta e olha pra ela naquele estado, e o que era pra reagir com toda tristeza, Maggie faz diferente, ela simplismente lhe responde com um sorriso, sorriso esse que não foi apenas pra não deixá-lo preocupado e sim porque ela, apesar da situação, estava feliz. Incrível mesmo.
As lágrimas insistiam em descer a cada 10 minutos do filme, impressionante. E não posso deixar de citar Morgan Freeman nessa história, seu personagem, o amigo de Frankie e campeão nos ringues, trabalha junto com ele na academia. Ele é quem narra o filme. E ele é que diz a frase que fez com que as lágrimas não resistissem e dessessem sem ter como segurar: "Não se preocupe, você lhe deu o que ela tanto queria, quando morrer elá poderá dizer: Eu tive a minha chance!" Creio que com palavras é quase impossível de sentir aquilo que o filme transmite, só assistindo mesmo, mas essa frase, depois de tudo que assistimos e vivemos ali vendo toda aquela situação, nos faz parar no mesmo instante e pensar em tudo o que acabamos de assistir. Clint e Swank receberam inúmeros prêmios durante a temporada. E Super merecido. Como eu disse, Hilary Swank, sem comentários, Clint idem e Morgan Freeman idem.
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