“Mais uma vez na batalha. Jamais saberei se será a maior luta de todas. Viver ou morrer neste dia. Viver ou morrer neste dia”. Para alguns, não importa como vivemos, mas como morremos.
Ottway (Liam Neeson) trabalha para uma empresa de extração de petróleo isolada no meio do Alasca. Sua função é manter os trabalhadores a salvo de ataques de animais selvagens. Cansado da solidão, da convivência com párias da sociedade e do clima hostil, decide ir embora. Mas, quando o avião cai pouco depois da decolagem, se vê perdido no meio de um deserto gelado, acompanhado de apenas 7 sobreviventes. Iniciam então uma corrida contra o tempo para alcançarem um abrigo antes de a fome, o mau tempo ou os lobos os matem.
Em resumo, o filme é bom. Ottway, desarmado, se guia apenas em seus conhecimentos e instintos para sobreviver e proteger seus companheiros dos lobos assassinos. Uma luta desigual, mas ao menos mais justa que a que os animais tinham, pois eram abatidos à distância por projéteis invisíveis. Isso leva a refletir se a insistência dos animais seria uma espécie de vingança. O espírito dos sobreviventes, além de seus corpos, vai estilhaçando ao longo do percurso. Conflitos entre o grupo surgem e se resolvem, pavimentando o que poderia se tornar uma relação de amizade. Mas sobreviver passa a ser não apenas uma questão de força física, mas espiritual. Ottway leva na mente as lembranças de um amor por uma mulher que, por algum motivo mantido oculto do espectador até o final, não está mais ao seu alcance. Essas recordações foram indiretamente responsáveis pela sua jornada. Devastado, o caçador enfim implora misericórdia a Deus. Ele precisa abandonar o medo e o desespero para sobreviver. A Perseguição deixa de ser um filme focado na luta entre homem e natureza para se tornar um ensaio filosófico acerca do autoconhecimento e aceitação. Mas lembro que se trata de uma obra que não se propõe a explicar todos os detalhes, deixando para o espectador as considerações finais.
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