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Críticas

Cineplayers

Um filme policial bacana, embora - pena "n-ésima" vez - não apresente nada de novo.

6,0

Quando os créditos finais começaram a rolar na tela, agradável foi minha a surpresa ao constatar que eu havia acabado de presenciar uma refilmagem de fino trato. Com um elenco bacana, mas extremamente comercial e um diretor francês desconhecido, esta atualização da versão de 1976 do filme de John Carpenter, que tinha tudo para ser um lixo intragável, acaba configurando-se como um bom filme de ação policial. O principal motivo disso é o ritmo frenético, incessante que o roteiro impõe, transposto com bastante eficiência por Richet.

Na virada do ano novo, uma delegacia que está prestes a ser fechada recebe o maior bandido da cidade. Quando um grupo de pessoas (quem elas são representam uma boa surpresa do roteiro, lá pelo meio do filme) faz um cerco à delegacia para capturar e matar esse bandido, os poucos policiais e outros poucos bandidos presos lá dentro devem-se unir para segurar o rojão. As situações tornam-se cada vez mais deliciosamente claustrofóbicas à medida que o cerco vai apertando mais. E o diretor consegue manter uma curva de tensão muito boa, podendo fazer o espectador se engajar na história de forma a fazê-lo, se fisgado, não soltar mais até os momentos finais do filme (que são, infelizmente, bem fraquinhos).

Claro que a galeria de estereótipos do gênero está lá: o policial que falhou em uma missão-chave e agora vive sob o medo de outro erro; a loira burra; o bandido arrogante; o traidor dentro do grupo. Ainda assim, esse fato é facilmente perdoável por haver uma sensação boa quando vamos constatando que os personagens mais irritantes vão morrendo, um atrás do outro, das piores formas possíveis. Mesmo personagens que demonstram ser importantes no início do filme batem as botas antes do que se possa imaginar. Assim há sempre a esperança que um final não tão comum dará as caras. E é a ansiedade por esse final que garante o clima do filme.

Embora dirigido por um francês, o filme tem atores de filmes americanos e investimento americano. Basicamente, é um pipoca de Hollywood. Ethan Hawke virou um semi-referencial para policiais depois que fez com sucesso Dia de Treinamento. E Maria Bello continua em papéis sensuais. Mas como esse é um filme comercial, não espere ver a exposição da moça encontrada em Marcas da Violência. Este foi o primeiro trabalho de Fishburne após Matrix Revolutions, e agora que o ator está com o status mais conhecido, ganhou um personagem de destaque, no nível do protagonista principal feito por Hawke.

No final das contas Assalto à 13ª. DP não deveria ser levado a sério. É uma refilmagem (!) de um filme não muito conhecido que apenas consegue ficar acima da média do gênero. Está certo, nos dias de hoje isso já pode ser considerado um extra. Mas não deveria, de fato. O problema é quando os críticos ou mesmo o público em geral começam a supervalorizar filmes bons, mas ordinários, como este. Devemos ficar atentos a esse fato. Sempre! Sendo assim, recomendo-o, porém mesmo sendo de fino trato, apenas faço isso com ressalvas.

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