A série Harry Potter demorou pra engrenar. Os dois primeiros filmes sofreram oscilação, e com isso (e até porque com o avançar da idade dos personagens mirins) uma nova abordagem teria que ser dada ao bruxo mais famoso do mundo. Alfonso Cuarón compreendeu muito bem e fez de O Prisioneiro de Azkaban a transição do infantil para o sombrio.
No quarto capítulo, O Cálice de Fogo dessa vez nas mãos de Mike Newell o tom sombrio continua. No entanto, poderia ser apenas mais um filme de Potter e sua trupe, se não fosse pelo ponto mais positivo até aqui: a história finalmente começa a caminhar.
Mais um ano da vida de Harry Potter dentro da escola de magia Hogwarts. Mais velho, Harry deve agora participar de uma competição entre bruxos defendendo o local, além de impedir novamente os planos maléficos de Lord Voldemort. Com a chegada da adolescência, Harry começa a descobrir também os perigos do amor...
O roteiro deste aqui é bem amarrado. Com um começo incrível, as mais de 2 horas e 30 minutos passam com um ritmo bem rápido (não tem aquela hora quase que parada dos anteriores). Além disso, por dar um passo a frente em relação aos outros, pois a história de fato começou o script de Kolves amarra muito bem não só a apresentação do vilão (verdadeiro agora), como também proporciona cenas muito interessantes e divertidas.
A sequência do baile é a mais divertida do filme, e demonstra bem o crescimento dos personagens e porque não ajudar os fãs de Potter a crescerem. Afinal, muitas crianças (eu inclusive) cresceram ao redor desses personagens. Além disso, não perde-se mais aquele tempo apresentando Harry na casa dos tios e todos aqueles blá-blá-blá, o filme começa logo de cara em um pesadelo de Potter.
As atuações também crescem, Daniel Radcliffe evolui muito, Rupert Grint diminui um pouco suas caretas e também cresce, assim como Emma Watson que na minha opinião é o grande destaque do trio mirim. A evolução deles se mostra notoriamente na cena do baile. Em contrapartida, os veteranos vão a cada filme sumindo, Alan Rickman e Maggie Smith mal aparecem, Michael Gambon como Dumbledore também mal aparece.
A grande aparição aqui dos veteranos é de Ralph Fiennes interpretando Voldemort, sim é Fiennes ali, a maquiagem excelente que o deixa sem nariz. O ator mesmo em pouco tempo em tela consegue colocar medo (e finalmente conhecemos o verdadeiro vilão).
O visual do filme segue a tendência dos tons escuros e sombrios. Aquele claro e feliz de Chris Columbus e que já no terceiro filme sumiu, aqui já dá sinais de que não voltará na franquia. As novas criaturas (especialmente o Dragão que Harry enfrenta) são fantásticas, novas magias, isso entretém todos pelo longo tempo de filme.
Mike Newell conseguiu fazer o melhor Potter, em uma direção segura e inteligente, o diretor juntamente com Kloves conseguiu transmitir melhor todo o universo que J.K Rowling transmitiu no seus livros, mas não foi o suficiente para mantê-lo, já que a partir de A Ordem da Fênix David Yates assumirá a serie do bruxo mais famoso do mundo.
Uma aventura movimentada, interessante, com belo visual e etc, esse seria apenas mais um Harry Potter, porém esse tem um a mais, esse é o melhor até aqui (perdoe-me a redundância), pois é o passo a frente. A história finalmente começou.
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