O gênero ‘Terror’ é um dos mais curiosos no cinema atual: Apesar de termos presencias algumas pérolas como os recentes Sobrenatural (Simplesmente ótimo), Pânico 4 (um dos meus favoritos nesse século) e O Despertar (que pouca gente viu, mas tem um clima eficiente e cumpre seu objetivo, apesar de seu final tolo), também encontramos algumas produção que não merecem mais do que uma nota 2,0 é o caso de A Filha do Mal (mal filmado, mal escrito, mal dirigido, desinteressante e com um dos piores clímax da história, e apesar de tudo isso, teve um retorno razoável nas bilheterias, algo que nunca compreenderei) e ATM ou, aqui no Brasil, Armadilha que chega aqui no nosso país daqui algum tempo (apesar de uma cena tensa, o filme é uma bobagem sem tamanho, com atores péssimos e um roteiro pavoroso). É curioso quando você acaba se deparando com filmes que não atingem nenhuns desses dois extremos, é o caso de A Casa (ou La Casa Muda, no original) que tinha um clima fantástico, porém um dos piores finais de todos os tempos, e também de Chernobyl, um filme que não é tão ruim quanto poderia, mas também passa longe de ser um passatempo decente.
A história acompanha um grupo de pessoas, incluindo quatro jovens á procura de aventura e novas experiências, um casal em lua de mel e o ‘guia’, que resolve ir até a cidade-título que foi abandonada décadas atrás por causa de uma forte exposição á radiação, que foi resultado de um experimente químico mal sucedido. Portanto, os habitantes não tiveram tempo suficiente para tirarem suas coisas de suas cosas, assim, a cidade está intacta, porém inabitada. Ou seja: É um prato cheio para turistas que não têm medo do perigo. O problema acontece quando os personagens começam á serem atacados um por um por criaturas estranhas e perigosíssimas.
Tanto os personagens quanto os atores são pateticamente clichês e, alguns em especial, aborrecidos, além de não terem relações bem desenvolvidas (á não ser por um novo e curioso casal que protagoniza um dos melhores momentos do longa) todas as figuras retratas dali são incrível estúpidas, o que não é nenhuma novidade em filme de suspense, o problema é que aqui isso realmente incomoda: Em certo momento, o van apresenta um defeito impossibilitando a saída das pessoas, o que elas fazem? É óbvio que esperam escurecer para finalmente terem a ideia de achar uma saída a pé. Além disso, a história é muito mal desenvolvida, focando em ataques dispersos e sem nenhum propósito ao contrário de se concentrarem em responder as perguntas feitas pelas sequências de horror: Quem são as criaturas que insistem em matar os mocinhos? Como foram parar ali? Porque fazem isso? A maior parte dessas perguntas têm suas respostas (se pode-se chamar assim, já que as imagens fazem com que o público deduza por si só, algo que já era possível antes) lá nos vinte minutos finais, algo que sempre irrita nos filmes de ‘filmagens encontradas’.
Aliás, este é o aspecto mais controverso presente no filme: Mesmo não sendo um ‘found footage’ assumido, Chernobyl tem uma estrutura visual muito parecido com um, uma grande parte da culpa é de Oren Peli (de Atividade Paranormal) que co-roteiriza e produz este filme, o longa metragem tem uma câmera tremida que parece estar sendo carregada por um dos personagens, além disso, é inevitável que em certo momento da narrativa o grupo se separe em dois, porém o filme acompanha apenas um mini-grupo excluindo inteiramente o restante das pessoas que protagonizavam o filme, o que é uma pena já que uma das cenas mais bacanas e eficiente do filme é exatamente uma filmagem encontrada: um dos personagens encontra uma câmera jogada, onde outros personagens filmaram seus “últimos momentos de vida”, e exatamente por isso, o ataque soa como um de A Bruxa de Blair.
Com uma boa direção de arte que foca no isolamento da cidade sem ser exagerada, Chernobyl é uma curiosa mistura entre Terror em Silent Hill (a história é bem parecida: ‘uma cidade que tem uma catástrofe em sua história, recebe a visita de pessoas do mundo exterior que descobrem que a cidade não está inteiramente abandonada’), [REC] (é inevitável comparar após ver os vinte minutos finais) e Atividade Paranormal (o final é exageradamente parecido com o filmado originalmente, leia-se: que não foi para os cinemas), que não é tão ruim quanto a maior parte dos filmes de terror hoje em dia; ele tem cenas com um clima eficiente e funciona muito bem em diversas sequências, mas no geral Chernobyl nada mais é do que uma colcha de retalhos com os mais diversos clichês costurados. Mesmo assim é BEM MAIS recomendável do que A Filha do Mal.
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