Ang Lee foi o diretor de O Segredo de Brokeback Mountain, um dos filmes americanos mais cultuados de 2006 portanto havia uma grande expectativa por parte dos fãs desse ultimo filme, ainda mais se tratando de um filme sobre um evento cercado de ''magia'' - o Festival de Woodstock.
O filme começa nos situando na pequena cidade de Bethel, mostrando algumas imagens do cotidiano local regadas com um bom rock psicodélico. Nada mal. Então somos apresentados à um simpático porém mal cuidado hotel, e logo assimilamos a situação: Elliot Tiber (Demetri Martin) é o típico camponês que se descobre talentoso e possuía um futuro brilhante, mas resolve ficar e apoiar sua familia, que são seu pai e sua mãe (muito bem interpretados por Henry Goodman e Imelda Stauton). Porém, mesmo com sua ajuda, os negócios não vão nada bem, em parte por culpa de sua mãe, que está sempre de mal humor, é mão-de-vaca, mas como iremos ver pela frente, é capaz de se aproveitar bem em várias situações.
É quando Elliot, ao ver que o grande festival que ia ser organizado em outra cidade fora suspendido pelas autoridades locais, tem a brilhante ideia de sediá-lo em sua propria cidade, fazendo o hotel da familia prosperar e a cidade progredir. Infelizmente, a população local não concorda com Elliot ao perceber que 300 mil hippies (que no final se revelam quase meio milhão) iriam invadir a cidade e destruí-la, por serem vândalos e maconheiros (sic), exceto pelo fazendeiro Max Yasgur (Eugene Levy faz uma interpretação segura aqui), cujas terras seriam alugadas para a realização do festival
A partir daí desenrola-se toda a trama, onde vemos a criação do Festival de Woodstock, os seus problemas, os seus membros, a organização, enfim.. Ang Lee realmente nos põe dentro de todos os aspectos, porém as passagens são tão cômicas e irônicas que fica até dificil acreditar mesmo, são detalhes que não adicionam nada à trama, só estão lá para nos fazer rir (e fazem mesmo). Ang Lee usa muito dessa comicidade para nos ambientar na história, fazendo-nos embarcar rapidamente na trama. E realmente ele consegue realçar a beleza do festival seja em planos muito bonitos como quando Elliot pega carona em uma motocicleta para chegar rapidamente ao festival, e passa por diversos tipos, ou seja pela ''experiência'' que ele passa na cabana de um hippie no meio do festival (hippie vivido pelo sempre ótimo Paul Dano).
Talvez onde o filme mais peca é pelo fato dele justamente querer mostrar essas pequenas partículas que formaram o festival como ele é, e nos faz passar por diversos capítulos dessa história, sendo que o filme no final não fica muito consistente e uniforme, parecem mais pequenas partes mostradas sem ter uma linha narrativa mais definida, faltando uma personalidade ao filme. Outro erro - na minha opinião - é não se aprofundar no festival e de fato mostrá-lo em si, o que poderia ter acrescentado a trama um pouco de objetivo.
No fim, o filme vale pelas passagens cômicas e e situações inusitadas que o filme propõe, e de certa forma ''humanizando'' o festival de Woodstock, esse grande símbolo de uma geração e que acaba de completar 40 anos.
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário