Pela primeira vez na vida, vejo um filme que não tem lógica, e ainda assim é bem escrito. Ganha pontos por essa tarefa impossível. Além disso, é uma produção de atmosfera e estética ótimas. (Assisti em 35mm, ao lado do diretor!)
A história pode ser um pouco confusa ás vezes, mas é um ótimo filme. A direção é muito boa e o elenco está bem, com destaque óbvio, pra Antônio Fagundes e Maitê Proença, que está belíssima. A fotografia é excelente. Belo exemplo de um noir brasileiro.
A proposta de realizar um noir brasileiro é muito bem-vinda, mas a estrutura da narrativa deixa a desejar, bem como a atuação limitada de Proença, em contraste com o bom desempenho de Fagundes. As passagens metalinguísticas e as reflexões do protagonista/narrador são os grandes acertos do roteiro.
Mistura interessante entre Noir e Boca do Lixo. Tem na atmosfera e no elenco (Maitê Proença esbanjando sensualidade e Antônio Fagundes excelente) seus maiores méritos. Enfim, bom filme, merece ser mais lembrado! PS. Um preto e branco cairia bem, não?