DIREÇÃO PRECISA DOS COEN COM CENAS DE TENSÃO E AÇÃO NOS MOMENTOS CERTOS.
ELENCO INSPIRADO EM EXCELENTES ATUAÇÕES
ROTEIRO CONTANDO COM CALMA A DECADÊNCIA IMINENTE DE UMA SOCIEDADE CADA VEZ MAIS PERDIDA NA VIOLÊNCIA, E A TRAGÉDIA ANUNCIADA DO OPORTUNISTA.
Os Coen aqui dirigem em minha opinião um dos seus melhores filmes, cenas tensas que algumas terminam em sequencias de ação sem exageros e coerentes só precisam da tensão, movimentos de câmera, clima sombrio sem todos os efeitos especiais que muitas vezes só chamam a atenção sem qualidade artistica.
O elenco inspirado alguns em menos escala mais todos interpretam muito bem seus personagens, nessa história muito bem conduzida
Kelly Mcdonald interpreta Carla Jean, que aparentemente uma mulher cansada vivendo no Texas lugar machista e demonstrando sofrer abusos verbais em seu trabalho ela segue e demonstra ser resiliente, e ainda mais quando não deixa seu imprudente marido em sua empreitada perigosa, ela acima de tudo fica ao lado dele, tem convicção do perigo mais não vai abandonar tudo mesmo com medo.
Tommy Lee Jones o xerife desiludido o narrador pessimista, um cara que sabe que os dias em que podia lidar com o crime acabaram, e enxerga a violência iminente um expectador desse palco de atrocidades que ele mesmo não consegue entender e muito menos combater, seja no Texas ou em outro lugar a violência se prolifera, seja ali no contexto de assassinatos impiedosos ou o crime contemporâneo do colarinho branco, tudo muda para pior para ele só as formas de violência e os crimes são diferentes vão se sofisticando.
Jones interpreta muito bem o cansaço e sente sua incapacidade mesmo sendo uma figura de autoridade, mais precisa conviver com com isso.
Javier Bardem, Anton Chigurh o psicopata em uma de sua melhores atuações, a composição de seu personagem muito bem feita, uma figura estranha em seu corte de cabelo, andar, demonstrando tranquilidade de um assassino experiente, que esta ali só para cumprir seu trabalho, que mesmo conseguindo seu objetivo ainda vai matar só pelo inconveniente que sua presa causou a ele, mesmo não precisando fazer isso.
Um personagem peculiar muito bem interpretado sem exageros por Bardem
Josh Brolin interpretando Llewelyn Moss, o oportunista e persistente mais também imprudente personagem veterano do vietnã, mesmo tendo treinamento e capacidade, parece que não vai escapar, o personagem mais interessante do filme até mais que Bardem, porquê Chigurh é um personagem em sua maldade já sabemos que ele vai conseguir o que quer e transcende tudo em violência quando quer.
O personagem Moss chegamos a torcer por ele apesar de sua imprudência, um anti-herói que poderia sair vitorioso, mais ele também "não tem vez" nessa história, seu traquejo é pouco perto da violência que esta por vir e sua persistência ao fim infelizmente não adiantou muito.
O roteiro adaptado dos Coen também é muito bom, conta com calma a história de uma terra já sem lei desde os anos oitenta aonde a corrupção e as drogas já estavam dominando e de lá para cá no olhar realista dos Coen tudo vai piorar.
O Roteiro vai em uma crescente de tensão até chegar ao ápice demonstrando realmente que não só os fortes sobrevivem mais quem aceita entrar no jogo e tem habilidade para isso, ou existe outra opção como foi a do personagem de Jones em se retirar do jogo enquanto há tempo já que não tem mais força contra a evolução da decadência e inerente maldade humana.
Excelente filme que não chega a obra - prima dos Coen, mais com muitas qualidades e que vale a pena rever, reflexivo, ágil, com boas cenas de ação e diálogos inspirados,e filosófico sem ser pretensioso.
Seja no Texas dos anos oitenta, ou nos dias atuais somos expectadores de uma tragédia anunciada, podemos seguir sendo indiferentes, ou nos envolver mais sem um traquejo necessário e outras ("qualidades R$"), não se consegue "ter vez".
Mais um ótimo trabalho dos Coen
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