Principal estréia da semana, Gigantes de Aço [Real Steel, 2011] conta a história de Charlie Kenton (Hugh Jackman), ex-boxeador profissional que teve que se adequar às novas regras do esporte para sobreviver. Devido ao aumento da violência nos ringues do mundo inteiro e a uma platéia cada vez mais ávida por sangue, os humanos foram substituídos por robôs lutadores. Charlie vive então, à custa de sucatear robôs para entrar em lutas amadoras. Sua vida dá uma virada quando a mãe do seu filho, que ele nunca quis conhecer, morre. Ao descobrir que a guarda do garoto será disputada pelos tios ricos, Charlie vê uma chance de se dar bem com uma possível bolada pela custódia. O esquema é feito com uma condição: Charlie deve passar um verão com o filho.
Charlie, recebe Max em casa vendo apenas um fardo a ser carregado, e seu desleixo fica evidente na cena em que Max sofre um pequeno acidente e vai parar em um ferro velho onde é salvo por ATOM, um robô abandonado. Max se apega ao seu salvador e a partir daí o roteiro acerta ao construir as relações que dão a tônica do filme : A amizade espontânea que surge entre o menino e o robô, a difícil relação entre um treinador relutante em treinar um robô vindo da sarjeta, o que chega a ser irônico vide a situação de Charlie, e seu pupilo disciplinado, e a relação de “trabalho” entre pai e filho que acaba por os aproximar tendo ATOM como um literal imã, juntando esses dois mundos tão diferentes.
ATOM ainda conta com um truque na sua programação, que acaba por despertar o interesse de Charlie. É o chamado “Modo Espelho”. ATOM é capaz de reproduzir em tempo real, todos os movimentos daquele que o comanda, o que por ironia, acaba por dar uma segunda chance à Charlie de subir aos ringues e triunfar, sendo o campeão que nunca foi.
Baseado levemente em um conto de Richard Matheson, Gigantes de Aço é um filme assumidamente pipoca. Mas que não deixa de tocar em alguns questionamentos, ainda que de forma rasa : A substituição do trabalho humano pelo maquinário moderno (dada as devidas proporções, alguém se lembra de Tempos Modernos ? ), e a questão da banalização da violência em prol do entretenimento nos faz perguntar : Isso é mesmo necessário ?
Com cenas de Luta empolgantes, cabe à curiosidade de saber que o Lendário campeão mundial de Boxe, Sugar Ray Leonard, foi responsável pela consultoria do filme, Gigantes de Aço mostra sua força no competente trabalho do elenco. Hugh Jackman caracteriza perfeitamente o tipo que de tanto apanhar na vida, se escondeu atrás da carcaça de Canastrão Duro. Seu “desinteresse” no filho, é mais por medo de não saber lidar com o garoto do que por quaisquer outros motivos. A revelação, Dakota Goyo diverte e emociona como o sensível Max, que busca a imagem do pai incessantemente, assim como a do amigo que ATOM representa. E por fim, ATOM, com seu design futurista-retrô , cortesia de Steven Spielberg que produz o filme e é especialista em seres antropomórficos que cativem o público, nos faz torcer por ele à medida que vai escalando o seu caminho rumo ao título mundial e à união de uma família.
Gigantes de Aço é um filme de Boxe com Robôs (?), mas mostra no seu desenvolvimento, que tal qual o célebre robô do Mágico de Oz, possui um coração.
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