Versão inferior, porém interessante, do filme de Alfred Hitchcock Disque M Para Matar.
Cerca de 40 anos se passaram desde que foi feito o filme original. Como é óbvio, este filme teve se adaptar aos novos tempos. Assim sendo, é um filme mais moderno. É muito menos mágico e tem menos suspense. Por outro lado, mostra mais nas cenas de intimidade entre duas pessoas e mais violência. Isto não é propriamente um defeito. No entanto, em relação ao segundo ponto, algumas coisas podem ser ditas. Uma delas é que, na cena em que a mulher do filme mata a pessoa que a tentou matar, essa pessoa deita sangue. O problema é que o que sai do corpo dela parece um exagero de sangue, sai a jorrar como uma fonte e o sangue parece duplicar de uma cena para outra.
Mas a adaptação do filme não traz só desvantagens. Prova disso é a questão das câmaras de vigilância. O plano do marido mau tem de se tornar ainda mais engenhoso para contornar esse problema. E, claro, os criadores deste filme acrescentaram-lhe o seu toque pessoal, modificando alguns detalhes do filme em relação ao original. Para além dos nomes dos personagens, mudaram, por exemplo, a pessoa “contratada” para matar a mulher infiel. Essa mudança leva a que várias outras mudanças tenham de ser feitas na história. Tudo isto é bastante interessante para quem viu o original.
Em relação aos actores…40 anos depois, seria difícil manter o elenco original, é claro. Então, escolheram-se os actores que bem se entenderam para interpretar personagens que, embora se assemelhem às do filme do mestre, têm diferenças significativas. Isto suscita comparações. Não vou comparar pessoa por pessoa, até porque me tomaria muito tempo. Vou fazer apenas algumas. Aqui vão elas: Michael Douglas não é nenhum Ray Milland (e isto não é tão negativo como possa parecer), mas pelo menos tem mais cara de vilão e uma voz mais curiosa. Quanto a Gwyneth Paltrow, 1998 foi realmente o ano da actriz. Para além de ter desempenhado um papel que lhe valeu um Óscar, entrou na fofa e extremamente simpática comédia romântica De Caso com o Acaso e ainda teve a honra de ser chamada para fazer um papel que anteriormente tinha pertencido a…Grace Kelly! Com esta mudança, perde-se uma aura de deusa, ganha-se uma pessoa com um sorriso e um riso adorável. Há ainda outro actor que gostaria de destacar: o papel do detective que mais participa no caso foi para David Suchet! Um dos muitos Poirot’s dos ecrãs, mas provavelmente o mais popular nos dias de hoje. Para os fãs da série “Agatha Christie’s Poirot”, a presença deste actor surge como um brinde do filme, criando cenas agradáveis de se ver.
Assim, Um Crime Perfeito é um filme que não tem metade da magia do filme original, mas que é não deixa de ser bastante interessante. Em especial para quem viu o filme original.
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário