Crítica: Cemitério Maldito (2019) - Sophia Mendonça
Dentre várias reciclagens e algumas poucas ideias originais, o cinema de terror Hollywoodiano vem se reerguendo de alguns anos para cá. Podemos constatar isto ao analisarmos filmes como “Corra!”, vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Original, “Verdade ou Desafios?”, com Lucy Hale e Tyler Posey, o novo “Halloween”, além de adaptações de enredos de Stephen King, caso de “It – A Coisa” e desta reimaginação de “Cemitério Maldito”.
Diferenciando-se consideravelmente do tom trash da primeira versão para os cinemas da obra, dirigida por Mary Lambert em 1989, a readaptação de 2019 é, assim como os filmes citados no primeiro parágrafo desta crítica, capaz de amedrontar por meio de um alicerce sólido. Assim, quando o suspense vira terror, ele consegue surtir efeito interessante no público. É um filme técnica e artisticamente bem realizado.
A família Creed se muda para uma nova casa no interior, localizada nos arredores de um antigo cemitério amaldiçoado usado para enterrar animais de estimação - mas que já foi usado para sepultamento de indígenas. Algumas coisas estranhas começam a acontecer, transformando a vida cotidiana dos moradores em um pesadelo.
O elenco é um ponto forte desta obra. Todos os personagens passam por transformações, grandes ou pequenas, ao longo da projeção e os intérpretes conseguem acompanhar isso com bom nível dramático. Jason Clarke é o protagonista, e encarna um homem cético que tem que lidar com a gradual perda da sanidade. Amy Seimetz acompanha bem o personagem central, interpretando uma mulher com traumas do passado e para quem a morte é um tabu. Fechando o elenco, o veterano John Lithgow e a jovem Jeté Laurence estão muito bem, e a garota ainda tem a chance de trabalhar facetas opostas da personagem.
A trilha sonora é um capítulo à marte e merece elogios. Bem cadenciada e facilitada por ótima mixagem de som, ela mostra-se sempre presente sem se banalizar. Essa estratégia é importante não só para tornar os sustos mais eficazes, como todo o clima de tensão que ronda à narrativa.
Os cineastas Kevin Kolsch e David Widmyer acertam a mão nesta produção, construindo um filme sem excessos, que não reinventa a roda no estilo do horror, mas que consegue entreter e assustar na mesma proporção.
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