Quando estamos diante de um filme que carrega o nome de um dos principais diretores da história do cinema, ficamos empolgados e loucos para saber o que nos aguarda. E com Ilha do medo (Shutter Island) não foi diferente. Lançado em 2010 e dirigido por Martin Scorsese o filme retrata sobre questões delicadas num ambiente em que a mente humana é colocada de forma frágil e controvérsia. A obra é ambientada na década de 50 do século passado, período ainda recente do pós guerra, onde traumas de um momento delicado ainda atormentavam de forma latente e pulsante. O filme é apresentado na perspectiva de Teddy Daniels (Leonardo DiCaprio) que vive atormentado por lembranças de um passado sombrio. Assim somos guiados por uma mente perturbada. Teddy é um ex-combatente de guerra que vai investigar uma suposta fuga num presidio para sociopatas em Shutter Island - pelo menos é o que acreditamos durante parte da obra - porém acontecimentos seguintes começam a nos revelar um ambiente confuso e anormal, e assim, passamos a nos questionar o que é verdade ou não nesta história. Scorsese foge totalmente de suas cateterísticas nesta obra. O diretor tenta enveredar por caminhos "hitchcockianos", passando por uma abordagem de suspense e intriga, ambientados de forma sombria e obscura. Porém tal experimento não foi eficiente. Martin pecou na direção, onde nem suas referências ao pai do suspense foram suficientes para fazer de Ilha do medo algo que chegue perto de uma obra do mestre inglês. As tentativas forçadas de reverenciar psicose (1960) na cena de Teddy no chuveiro e com uma trilha pouco eficiente que tenta remeter a célebre composição de Bernard Herrmann (abro um parenteses para informar que Bernard já havia feito um trabalho primoroso em parceria com o próprio Scorsese no filme Taxi Driver - 1976), não são suficientes para engrandecer a direção de Scorsese. Martin comete erros cruciais na direção da obra, como de continuidade, por exemplo. O filme é chato e pouco atrativo. A tentativa de reverenciar Hitchcock foi frustada: o suspense da obra chega mais perto de modelos comerciais enlatados. Com um roteiro comercial e mediano, trilha mediana e direção abaixo das expectativas, Ilha do medo é um passo errado na carreira de Scorsese. Afinal de um diretor que fez Taxi Driver não se espera algo tão chulo.
Críticas
4,0
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