Finalmente 18 pode ser, perfeitamente bem, definido como a exata combinação de American Pie e Se Beber, Não Case, resultando numa versão hipócrita e imbecil do ótimo Projeto X – Uma Festa fora de Controle. Já que este novo projeto da dupla Jon Lucas e Scott Moore (que apesar de terem escrito o excelente roteiro de Se Beber, Não Case, também são responsáveis por bobagens como Eu Queria Ter a Sua Vida e Minhas Adoráveis Ex-Namoradas) reúne várias das fórmulas dos filmes citados, que vão desde a comédia pastelão apoiada em conteúdo sexual até o retrato de jovens lidando com a quase total liberdade. É uma pena portanto, que a comédia ultrapassa todos os limites da boa vontade do espectador e acaba se enrolando nas bobas e clichês mensagens que deseja transmitir para o público e com nenhum momento verdadeiramente engraçado – ou minimamente divertido -, se tornando não apenas uma imensa perca de tempo, mas também um insulto à inteligência do público.
A previsibilidade do roteiro nem é seu pior defeito, aliás porque se preocupar se essa história já foi contada diversas vezes por filmes infinitamente melhores (alguns bem recentes, inclusive, como o regular O Babá(ca)), quando estamos sendo obrigados a rir de alguém vomitando enquanto está em cima de um touro mecânico ou urinando em cima de clientes de um bar? , essas piadas não funcionam não porque são nojentas ou carecem de inteligência (mesmo sendo tudo isso), mas principalmente porque simplesmente aparecem na trama de forma extremamente forçada, como se a dupla responsável pelo script tivesse se preocupado em montar a história e depois incluir aqui e ali uma piadinha vulgar e sem criatividade. Na verdade, se você pensar um pouco após ver o filme, você acaba notando que Finalmente 18 nem ao menos possuí uma trama que faça sentido, já que o longa inteiro se resume nos dois protagonistas indo de um lugar para o outro (um recurso obviamente usado para desviar a atenção da plateia para que esta não perceba que não há história alguma ali) parando nas confusões mais inverossímeis possíveis apenas para encontrar o endereço de Jeff Chang (que está inconsciente por conta da bebedeira) para leva-lo para a casa – o que, aliás, não faz sentido nenhum, já que os dois já estiveram lá antes e de acordo com o fim do filme passaram por ela várias vezes durante a noitada.
Finalmente 18 fica ainda pior quando tenta fazer um discurso infantil sobre a revolta contra a autoridade paternal, ou levando seus personagens à sério ao incluir conflitos supostamente reflexivos e reais que chegam a envolver suicídio e desistência dos estudos superiores (além daquela óbvia discussão sobre maturidade tardia), afinal é praticamente impossível se importar com dramas de personagens em um filme em que vemos um dos protagonistas ter que tirar um ursinho de pelúcia, grudado com supercola, do pênis de seu amigo. Isso fica ainda mais ridículo ao ver que os cineastas se importaram em tentar criar alguma camada dramática dentro de uma comédia que nem ao menos consegue fazer o público rir. No geral, Finalmente 18 soa como uma adaptação fracassada de Se Beber, Não Case para uma geração mais jovem com piadas mais racistas e vergonhosas. Em uma das últimas cenas de Finalmente 18, Jeff Chang agradece os amigos por terem vindo (mesmo sendo que eles tenham feito ele desistir da faculdade de medicina e ter bebido tanto ao ponto de comer absorvente), então a única mensagem que o filme consegue transmitir com sucesso é que a irresponsabilidade e falta de bom senso são coisas boas. Mas eu suspeito que esse nem foi o objetivo dos roteiristas, ou seja...
Bom comentário. Só esqueceu de citar que os "atores" são péssimos.
Concordo, achei sem sentido eles ficarem procurando o endereço do amigo, se anteriormente estiveram lá, concerteza eles tem o endereço salvo no celular, pois como que foram até lá.