A oportunidade de que Pigossi precisava para mostrar que pode ir além dos mocinhos românticos da TV. Na pele de um rapaz cooptado para a vida de assassino, oscila entre a amabilidade e a frieza, num trabalho de composição que vale a conferida.
O filme foi eficiente em exibir o modus operandi do pistoleiro e os "dilemas morais" vividos por Julio, Marcos Pigossi interpretou muito bem um sujeito taciturno. Mas o roteiro não se aprofunda na relação conjugal e Fabiula Nascimento foi mal aproveitada.
Possui algumas incoerências no roteiro, mas os acertos são maiores que os erros. E a estória intrigante junto com a direção habilidosa, cheia de bons enquadramentos, agarram o público e o protagonista para um imersivo, denso e brutal subterrâneo do crime.
Bem filmado, mas não tão bem escrito. Os falsos finais até se justificam na ideia de loop infinito entre sair e voltar à violência, mas os atropelos na velha ânsia de trazer o máximo do material original enfraquecem a dramaturgia. Fabiula rouba o filme.