A conotação histórica que Losey toma acaba tornando o filme maior até do que o original por sua crítica direta á paranóia americana de perseguição aos comunistas. Num todo eu tenho dificuldades com o ritmo e excesso de personagens nas duas versões e igualmente amo os dois julgamentos.
Com belos enquadramentos e planos detalhados, Joseph Losey consegue fazer de seu "M" um filme impactante e de grande relevância. Toda a parte final é belíssima, sentimentos explodem na claustrofóbica garagem onde um advogado bêbado questiona a moral de toda uma sociedade. Ps: Não tem a força do original de Fritz Lang, mas chega bem perto.
o Filme de Lang era mais inovador, classudo (os minutos iniciais) e tinha a presença do Lorre. Aqui sobressai a ação e o desespero macartista em uma obra bem mais enxuta.
O grande acerto de Losey é contextualizar M dentro do Macartismo - aliás, o próprio "M" já é bastante sugestivo -, e transformá-lo em algo mais que um mero suspense noir. Poderia ter ficado menos preso ao original.
Pode ter até uma conotação antimacarthista, mas ficou muito aquém do original, sem o mesmo clima de tensão e suspense exigido pela obra, além do elenco também não estar à altura.