A Lista de Schindler (Schindler's List) não pode ser visto apenas como um filme de guerra, mas sim o retrato cru, de até onde pode ir a maldade do ser humano, e em contrapartida do quanto o mesmo ser humano pode ser altruísta.
Steven Spielberg, diretor conhecido por seus grandes sucessos comercias, Tubarão (Jaws), Os Caçadores da Arca Perdida (The Ark Raiders), entre outros, mas sem reconhecimento da academia com prêmios. Seu Primeiro filme mais sério, A Cor Púrpura (The Color Purple) que conta a estória de uma negra que foi abusada na adolescência, começou a mudar seu status de diretor de blockbusters. Apesar das Onze Indicações, A Cor Púrpura não levou nenhuma estatueta. Mas o reconhecimento de Spielberg viria 8 anos depois.
Baseado na história real de Oskar Schindler, militar polonês que ajudou mais de mil judeus a se salvarem do Holocausto, Spielberg produziu e dirigiu o filme por ser judeu para sua família e filhos. O filme mostra Schindler que começa sem nada e progride rapidamente a medida que ganha influência com os outros militares adquirindo uma fábrica de panelas e contando com o trabalho grátis dos judeus que naquele momento estavam relocados aos guetos.
Os Judeus posteriormente foram levados para o campo de concentração, sob o comando do brutal Amon Goeth onde eram exterminados. Spielberg acerta na escolha do elenco e consegue extrair grandes atuações, principalmente na relação de Amon (Ralph Fiennes) e Oskar (Liam Neeson), Numa determinada festa Amon pergunta se Oskar nunca fica bêbado, numa das melhores cenas do filme, que nos passa a impressão de que realmente Schindler é irretocável, sempre aparentando ter o controle das coisas.
Com a bela e triste fotografia em preto e branco de Janusz Kaminski, constrói-se um clima pesado, tenso à película. Não há felicidade, não é um filme fácil de se assistir. A indignação e o nojo vão crescendo dentro do espectador enquanto militares riem quando Schindler joga água em um trem abarrotado de judeus para amenizar o calor insuportável. Então Schindler decide ajudar um pouco daqueles judeus, com a ajuda do contador Itzhak Stern, que faz a famosa lista, com pouco mais de mil judeus para trabalhar em sua fábrica e assim escapar do extermínio na cidade de Zablocie.
Palavras não são suficiente para definir esta obra-prima do diretor que sempre se dedicou a divertir seus espectadores e não a fazê-los chorar, mas o que pode se dizer é que assim como Spielberg não seria o mesmo depois desse filme, quem o assistir também não será.
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