PREPARE BEM SUAS UNHAS, SEGURE-SE FIRME NA CADEIRA, PRENDA A RESPIRAÇÃO E EMBARQUE NESTA TENSA VIAGEM SOB O COMANDO DE PAUL GREENGRASS
É espetacular observar um cineasta de tanto talento como Paul Greengrass neste Capitão Philips (Captain Philips, 2014). Espetacular porque, mesmo a história sendo tão recente (os fatos do filme ocorreram em 2009) e todos nós já sabendo seu desfecho – afinal, o Capitão Richard Philips segue firme e forte por aí, inclusive escrevendo um livro no qual o filme foi baseado – o diretor consegue fazer com que o espectador não pisque uma única vez sequer, torça pelo personagem de Tom Hanks, e sinta na pele toda a pressão e o desespero que o capitão passou durante os dias em que esteve sob custódia dos quatro piratas somalis que tentaram seqüestrar o seu navio.
A câmera tremida do diretor, a princípio incomoda um pouco, dando a impressão de que estamos dentro daquele navio lado a lado com os tripulantes (se a intenção de Greengrass foi realmente essa, meus parabéns!). Mas logo em seguida, nos acostumamos com ela e nos adaptamos ao clima realista e quase documental do filme que por vezes foca tanto na expressão dos personagens que é quase como se fossemos nós quem estivéssemos causando tal aflição. Greengrass consegue extrair tanto de nossa atenção, de nossos sentidos, que só percebemos a ótima trilha quando ela já está em seu clímax.
A astúcia do Capitão ao tentar manter a situação favorável para si desde o início é muito bem sustentada por mais uma boa atuação de Tom Hanks. Atuação essa que se sobressai no olhar de Philips quando este afirma a um dos piratas que existem outros meios de ganhar a vida e este responde ‘’talvez na América.’’, ou na belíssima cena final onde o capitão recebe os primeiros socorros, em completo estado de choque. Hanks realmente é um ator fantástico.
Fantástico, também, é o controle e a noção que Greengrass tem e exerce sobre seu filme. Capitão Philips acaba exatamente do jeito que deve e na hora que deve acabar. Parece que o diretor não desperdiçou nem estendeu um minuto sequer do longa, fazendo deste um dos melhores filmes do ano de um dos melhores diretores em atividade.
Racho os bico dos post's do Gustavo...
Acredito que Boyhood deva ganhar o Oscar de Melhor Filme esse ano, não vejo outro oponente que possa levar, de toda forma estou com o torrente do Birdman aqui e tenho certeza que o filme é maravilhoso e só pra frisar esse subtítulo aí ficou um lixo hein...?
Acho que Boyhood vai levar mais pela forma como foi realizado - não estou dizendo que o filme não merece o Oscar, apenas acho que este ano não tivemos um destaque.
Não descarto A Teoria de Tudo pra Melhor Ator