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Críticas

Harry Potter e a Ordem da Fênix

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A série do bruxinho mais querido do mundo passou por uma grande metamorfose durante todos esses anos. No início, sob a batuta de Chris Columbus, era bem fiel aos livros e perdia muito tempo expondo as maravilhas daquele mundo fantasioso. No terceiro filme, Alfonso Cuarón deu start num processo de amadurecimento da série - e foi bem recebido pelos fans e pela crítica. "Harry Potter e o Cálice de Fogo" tinha tudo para ser a grande obra-prima até aqui, mas falhou em alguns aspectos: sua primeira metade ficou enfadonha, perdendo muito tempo naquele vai-e-vem entediante de hormônios adolescentes. A segunda parte, no entanto, é eletrizante; o torneio tribruxo dá uma gás extra ao episódio. Mike Newell pouco durou na cadeira do diretor, deu lugar ao inexperiente David Yates – que para mim endireitou de vez a série.

"Harry Potter e a Ordem da Fênix" até aquele momento era o capítulo mais sombrio entre os que já haviam sido feitos. O clima criado por Yates, para os que tem boa memória, é bastante parecido com o do filme sucessor (Enigma do Príncipe). As brincadeiras pré-adolescentes ficam um pouco de lado; em seu lugar, entram personagens mais maduros, mais interessantes. A volta do Lorde das Trevas acompanha a série para uma temática completamente distinta do que já havia sido feito. Assim, posso afirmar categoricamente que o quinto filme introduz o espectador ao caos instalado no mundo bruxo a partir do retorno de Voldemort. O diretor recria esse clima muito bem, sempre auxiliado por uma ótima fotografia e efeitos especiais de primeira linha – alguns deles até impressionam pela extrema realidade.

Na parte da história, o roteirista Michael Goldenberg assumiu o lugar de Steve Kloves. Aqui, ele trabalha com um pouco mais de liberdade, mais distante da obra original. Ainda assim, algumas partes ganham contornos estranhos, como no próprio início: Duda vai provocar Harry Potter, o bruxo se invoca e do nada aparecem dementadores. No livro é ao contrário: antes dos dementadores aparecerem, Harry vê o primo se despedir dos amigos e vai atrás dele para atazaná-lo… vai entender esses roteiristas? De resto, Goldenberg faz um bom trabalho, escolhe boas passagens e faz um filme interessante até para os menos familiarizados com a obra de J.K Rowling. Mesmo assim, a saga do bruxinho nos cinemas continua sendo voltada única e exclusivamente para os fans - infelizmente.

A partir do Cálice de Fogo, vemos que os atores evoluíram bastante, especialmente Emma Watson e Rupert Grint. Daniel Radcliffe, por sua vez, é pouco carismático, parece amedrontado com o tamanho do seu personagem e é um dos elos fracos dessa série; seu relacionamento com Cho Chang é simplesmente risível (e a atriz pouco colabora para isso mudar). O elenco mais experiente pelo menos sempre segura a bronca: Michael Gambon, Jason Isaacs, Helena Bonham Carter, Gary Oldman, Alan Rickman, Maggie Smith… se há uma coisa boa para os que detestam Harry Potter é o elenco de apoio, pois conta com astros de primeira grandeza. Em "Harry Potter e a Ordem da Fênix" também vemos novos personagens, como o da professora Dolores Umbridge, interpretada por Imelda Staunton. A atriz consegue achar o tom certo para a insuportável bruxa, ora irritantemente serena, ora diabólica – um ótimo papel! Quem também merece suas ressalvas é Ralph Fiennes. Mesmo deformado e com a aparência ofídica, ele nos entrega um um lorde das trevas macabro e aterrador.

"Harry Potter e a Ordem da Fênix" marca a estreia de David Yates no comando da série. Com competência, o diretor faz um dos melhores filmes até aqui, bem mais maduro, menos bobinho e mais sombrio. Como de praxe, o figurino e a trilha sonora merecem elogios, bem como as cenas de luta. Aquela batalha final contra os comensais da morte e o duelo entre Dumbledore e Voldemort gozam de uma beleza imensurável – pelo menos o alto investimento é justificado de alguma maneira. Há, contudo, que se esperar pelos dois últimos episódios; os fans, como esse que vos fala, esperam por duas obras-primas, cheias de energia, bem contadas e de tirar o fôlego. Vamos esperar…

www.moviefordummies.wordpress.com

Críticas

Suspiria

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Dario Argento é um dos mais cultuados cineastas do dito "Cinema Fantástico" e, ao lado de Mario Bava e Lucio Fulci, um dos maiores expoentes do cinema de horror italiano (e mundial).

Sua filmografia é carregada de contrastes, com tantos "altos" quanto "baixos". Porém, mesmo nos seus trabalhos mais fracos, é impossível não reconhecer o seu enorme talento na direção. Suspiria é um dos seus filmes mais conhecidos e aclamados. Sempre presente em qualquer "top" minimamente digno de filmes de terror, é o ápice de seu apuro estético e dos maiores exemplos de sua habilidade de manipular as sensações de medo e tensão do público.

Ambientado na Alemanha, o filme conta a história de Susan Bannion (Jessica Harper), uma jovem americana que recebe um convite para ingressar como aluna na conceituada Escola de Balé de Escherstrausse, sede dos principais acontecimentos da trama. Chegando lá, logo na entrada, depara-se com uma jovem desesperada em fuga. Ao tocar o interfone, uma voz feminina alega que sua presença não é bem vinda e a manda embora. Somente no dia seguinte, após passar a noite num hotel, Susan finalmente é recebida pela diretoria da academia, a vice-diretora Madame Blanc (Joan Bennett) e a professora Tanner (a ex-musa Alida Valli), que dizem não ter conhecimento de quem possa ter sido a pessoa que a negou entrada na noite anterior.

À partir daí, vemos Susan interagir com as demais internas da escola, chegando a fazer amizade com Sara (Stefania Casini) e demonstrando interesse pelo jovem Mark (Miguel Bosé), também aluno que paga sua estada na escola prestando serviços gerais à diretoria. Ela também é informada que Patty (Eva Axén), a moça misteriosa que esbarrou nela na noite anterior, havia sido brutalmente assassinada, o que já a deixa receosa. Sua desconfiança aumenta quando ela passa a presenciar fatos estranhos dentro da escola, como barulhos à noite, vermes caindo do teto, indivíduos soturnos (como o mordomo ou uma das copeiras) e sensações ruins (chegando a desmaiar durante uma aula e, pouco tempo após, recuperando-se como se nada tivesse acontecido - e um misterioso sono que a faz acreditar estar sendo dopada), além do desaparecimento de sua amiga Sara (que havia alertado-a da presença maligna que ela sentia estar presente no prédio) que a levam a pesquisar sobre o local.

Durante suas investigações,faz contato com o psiquiatra Dr. Frank Mandel (Udo Kier numa pequena - mas importante - participação) e o Prof. Milius (Rudolf Schundler), autor de um livro sobre bruxaria, que a conta da lenda de Helena Markos, conhecida como “Rainha Negra”, poderosa feiticeira que havia morrido num incêndio quase um século antes naquele mesmo local, o que, aliado à morte de Sara, sua amiga, confirma suas suspeitas de que a escola é amaldiçoada, servindo como local de culto à antiga bruxa.

O argumento é bem simples e a abordagem do roteiro mais ainda, este, por sua vez, cheio de furos. Entretanto, a grande força do filme está justamente na parte estética. Argento cria um clima de tensão extrema baseado essencialmente nas imagens e nos sons.

Assim como no seu trabalho anterior, o também genial (e ponto mais alto de sua carreira) Prelúdio Para Matar, o diretor procura ignorar certos pontos “lógicos” e passar ao espectador uma atmosfera de pesadelo, oscilando entre o real e o bizarro, tudo em detrimento da construção de um clima de medo extremo.

O trabalho de cenografia é fantástico. Como de costume no cinema italiano pós neo-realismo, o uso das cores se sobressai e ganha vida como um personagem. Isso, aliado à meticulosa estilização nas cenas de mortes, todas de uma violência gráfica brutal, carregadas de um “profondo rosso” que viria a ser uma das características mais marcantes de toda a filmografia de terror do Argento, fazem de Suspiria um verdadeiro espetáculo visual e exercício de tensão.

Logo nos primeiros instantes, no caminho de Susan do aeroporto à escola, somos deleitados com o jogo de cores dos reflexos no vidro do táxi. Tons entre o vermelho e o azul fortes, alternados à cada relâmpago, entregam o que será o grande clima do filme. A cena da morte por enforcamento, minutos após, é tida como uma das melhores do filme, tanto pelo aspecto visual, quanto pela trilha sonora atordoante (tal sequência, inclusive, foi responsável por me deixar com medo permanente de janelas à noite). A chuva de cacos do vitral e a poça de sangue jamais sairão de minha cabeça.

Argento também faz uso de planos mega abertos, como na “belíssima” cena da morte do cego, focando as “sombras” passando nas paredes, dominando todo o espaço ao redor, procurando assim dar uma maior noção da dimensão do mal que os espreitava.

A trilha sonora é outro “personagem”. Fugindo da quase predominante trilha clássica usada nos filmes de terror, Argento embala os grandes momentos de seu filme com o rock da banda Goblin, com uma musicalidade pesada perfeita complementada por “suspiros” e gemidos de dor ao fundo, apresentada sempre em tom crescente, nos conduzindo lentamente à agonia.

Em alguns momentos, o volume alto da música sobrepondo-se aos gritos das personagens chega a ser realmente atordoante. A sensação ao ouvi-la é de que estamos realmente rodeados pelos mesmos demônios que dominavam o velho prédio. Seu ápice é alcançado nos momentos finais.

A "Mãe dos Suspiros" gritando (ao mesmo tempo em que gargalha ao coro de uma legião de demônios) “You want to kill me! You want to kill me! Hell it’s beyond that door ... The living dead!” é um dos momentos mais aterrorizantes e perturbadores que já presenciei em um filme.

Entretanto, muitos pontos fracos do roteiro são visíveis. Furos enormes que deixam alguns fatos importantes com pouca ou nenhuma explicação (como qual seria o envolvimento de alguns personagens importantes nos rituais de bruxaria, o destino de outros e a real motivação dos que veneravam a “Mãe dos Suspiros”). Porém, isso acaba sendo o de menos dentro desta obra.

Suspiria pode ser tida como a essência da contribuição do Argento para o cinema: a predominância da construção da atmosfera sobre o conteúdo. Todavia, a força das imagens que ele nos passa é tamanha que até mesmo o roteiro, um dos pontos-chave de um filme, e as atuações chegam a ser, em dados momentos, irrelevantes. E conseguir isso é um mérito de poucos. Somente gênios (e doentes) como Dario Argento têm esse dom.

Críticas

Stalker

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‘’Agora o verão se foi

E poderia não ter vindo

No sol está quente,

Mas tem de haver mais.

Tudo aconteceu,

Tudo caiu em minhas mãos.

Como uma folha de cinco pontas

Mas tem de haver mais.

Nada de mau se perdeu,

Nada de bom foi em vão...

Uma luz clara ilumina tudo

Mas tem de haver mais.

A vida me recolheu,

À segurança de suas asas.

Minha sorte nunca falhou,

Mas tem de haver mais.

Nem uma folha queimada,

Nem um graveto partido.

Claro como um vidro é o dia...

Mas tem de haver mais.’’

Arseni Tarkovsky

Bastante difícil escrever sobre qualquer obra do mestre Tarkovsky, visto que a maioria possui um leque de interpretações tão grande que seria grosseiro se restringir a apenas um ângulo. ‘’Stalker’’ não foge dessa realidade do diretor, é um filme com tantos detalhes e mensagens que provavelmente seria um prato cheio para um trabalho mais aprofundado.

Uma vez Tarkovsky, ao ser perguntado sobre o significado dos seus filmes em uma entrevista, respondeu com uma metáfora que sintetiza muito do que seus filmes tentam passar: "Você olha um relógio. Ele funciona, mostra as horas. Você tenta compreender como ele funciona e o desmonta. Ele não anda mais. E, no entanto essa é a única maneira de compreender..."

‘’Stalker’’, antes de mais nada, é um tratado sobre o interior do ser humano, suas crenças e o poder da fé. As personagens que se arriscam a percorrer a Zona em busca do quarto dos desejos são apenas nomeados como ‘’Professor’’ e ‘’Escritor’’, e junto com o guia ‘’Stalker’’ formam uma tríade curiosa com visões diferentes sobre a vida e que são exploradas nos diálogos do filme: ‘’Professor’’ seria a face científica, ‘’Escritor’’ a face artística e ‘’Stalker’’ a face espiritual. Ao longo do filme são feitos vários questionamentos sobre a própria Zona, os motivos que levaram cada um até essa empreitada, os mistérios que envolvem o lugar e muito mais.

A Zona, onde toda a trama se desenvolve, é um lugar que, após uma suposta queda de meteoritos foi isolada pelo exército, embora este não tenha coragem de entrar nesta. Com o acontecido, fenômenos estranhos dominaram o local, e apenas pessoas chamadas ‘’Stalker’’ conseguem contornar esses acontecimentos e guiar as pessoas até o lendário Quarto, onde qualquer desejo seria atendido.

À medida em que adentram a Zona, as personagens se deparam com questões que exploram todo o caráter filosófico e espiritual do ser humano. Os diálogos, quando acontecem, são profundos e levam a uma reflexão profunda, justamente por expor três pontos de vista diferentes, já citados no texto, o que torna o roteiro ainda mais rico e intenso. Vale ressaltar que Tarkovsky introduz poemas de seu pai nos diálogos, passagens que dão um tom ainda mais abstrato a obra.

O ritmo lento do filme também é característico do diretor. Com uma belíssima fotografia, cenas como a das personagens percorrendo os trilhos de trem para ir até a Zona e a cena em que as personagens entram em uma sala com aspecto desértico na própria Zona refletem toda a beleza estética da obra de Tarkovsky. Talvez as seqüências de cenas lentas tenham sido intencionais, como um convite a quem estiver assistindo refletir sobre as próprias indagações das personagens.

A trilha sonora é misteriosa, composta por um tema melancólico que dá um charme especial à Zona (um lugar repleto de vegetação e já colorido, em contraste com as cenas que se passam fora dela). A música nos dá uma impressão de que, quanto mais as personagens se locomovem na Zona, mais eles estão envoltos pela aura misteriosa dos acontecimentos dela.

O filme foi rodado nas instalações de uma usina nuclear abandonada, repletas de radiação. O resultado foi uma das mais belas obras já filmadas na história do cinema, reflexiva, sensível e de uma beleza surpreendente. Porém, Tarkovsky e sua equipe pagaram um alto preço: alguns anos depois, o diretor e sua equipe foram morrendo de câncer, causado pela exposição à radiação do local de filmagem, o que só aumentou a atmosfera misteriosa que gira em torno do filme. Impossível assistir e não ficar ao menos com a cena final, provavelmente uma das mais enigmáticas dessa grande obra. Imperdível!

http://cinemaboteco.blogspot.com

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Inimigos Públicos

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Public Enemies e o talento de Michael Mann!

A primeira coisa que me passou à cabeça quando fiquei sabendo deste filme: será que Michael Mann vai conseguir manter a sua qualidade como diretor e realizar um marcante filme de bandidos e, além disso, de época?!

Depois de três meses mostro a cara novamente para escrever aqui, e digo que gostaria que fosse com uma satisfação maior sobre o referido filme. Ele não superou e tão-menos atingiu as minhas expectativas.

O filme apresenta, em tese, a mesma falha que a obra antecedente, Miami Vice (2006), deste que é, talvez, um dos 10 melhores diretores da atualidade. Qual seja: a falta de um roteiro de qualidade. É, ao menos na minha impressão, evidente a desconexão que existe entre os personagens, faltando dar vida e profundidade às histórias de cada integrante da trama. Michael Mann, que também assinou o screenplay, demonstra novamente a sua mediocridade para a escrita.

Todavia, o seu talento na direção salta aos olhos como uma jóia rara. Li uma crítica no cineplayers afirmando que “ninguém, mas ninguém sabe filmar um tiroteio como Michael Mann”. Essa declaração é da mais pura verdade. Ele é, sem dúvida, o que há de melhor e até arriscaria dizer o que já houve de melhor em termos de cenas de ação. Ademais, indo além na explicitação, eu diria que é também o mais detalhista e perfeito entre todos. Ninguém se apega a preciosismos como Michael Mann; ninguém é melhor com uma câmera na mão do que Michael Mann.

A trilha sonora, um dos pontos fortes do diretor em trabalhos anteriores, ainda que bastante eloqüente, não serve de fundo para a história.

Duas cenas ficarão marcadas na história do cinema, tamanha a qualidade. A primeira, o tiroteio e a perseguição que ocorre na noite, em meio ao mato. A segunda, e mais marcante, refere-se aos últimos minutos do filme, em que a obra se redimi de tudo de ruim que havia apresentado até então. Pura tensão e suspense de primeira linha, pra fechar com chave de ouro, aliás, outra qualidade de Mann: o fato de saber como encerrar uma película.

Com relação ao elenco, estelar, por sinal, não se apresenta com uma boa vibração. Johnny Depp foi escolhido erroneamente para o protagonista, não conseguindo demonstrar por que é um dos atores mais versáteis do cinema mundial. Talvez justamente por isso: ele não serve para papéis “simples” demais; necessita excentricidade. Marion Cotillard, vendedora do Oscar em 2008 pelo seu papel como Edith Piaf, está apagadíssima, irreconhecível. O único que se salva, e que foi injustamente mal explorado pelo roteiro, é Christian Bale, o homem-morcego, de atuação bastante confiante e segura. Creio eu que um dos culpados para as atuações abaixo do esperado por um elenco tão grandioso é a falta de qualidade do roteiro. Sim, novamente o roteiro: a ovelha negra do filme.

Um filme tecnicamente como artisticamente brilhante, sendo que até lembra um pouco ao tão aclamado sucesso de Brian De Palma, Os Intocáveis (1987), em termos de qualidade técnica.

Na mão de qualquer outro diretor seria só mais um péssimo filme de ação, porém Michael Mann ao mesmo tempo em que caprichou nos detalhes técnicos, contribuiu para o insucesso através da trama: uma dualidade infeliz, para ele e para todos nós. Resumindo, um conjunto de qualidades e pontos negativos, todos desconexos entre si.

Um filme ruim? Não. Um filme fraco, contudo, um filme de Michael Mann!

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Blade Runner - O Caçador de Andróides

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Sinopse: Deckard (Harrison Ford) é um Blade Runner, um policial que caça e extermina replicantes, humanos criados artificialmente. Seu desejo é sair da corporação, mas tem que adiar sua decisão quando passa a procurar quatro novos da raça, que Deckard deve procurar em um ambiente sujo e hostil. A dúvida é: quem é realmente humano e quem pode ser replicante num lugar como este?

Blade Runner - O Caçador de Andróides é o tipo de ficção carregada de estilo própio e de belo visual, mas que é extremamente distante do espectador, seja nos personagens frios e mau explorados, seja no roteiro simplório e óbvio. Extremamente superestimada, a obra de Ridley Scott decepciona em vários quesitos, não cativa, é sonolenta, tem um estilo muito simples se comparado a outros ícones do gênero.

Inicialmente cabe salientar que Blade Runner carrega os anos 80 em tudo. É inegável que àquela época - os anos 70 igualmente - os Efeitos Especiais e a Direção de Arte dos filmes de ficção científica chegariam a um patamar satisfatório, digo mais, até mais do que os atuais, que de tão computadorizados acabam por se distanciar demais do público. Blade Runner, todavia, utiliza mais de enormes cenários, quiçá, inspirados no Expressionismo alemão, com Fotografia carregada em tons azuis e dourado que ao final tem um ótimo resultado. Igualmente à Direção de Arte, semelhante a de filmes como o Batman de Tim Burton e a Trilogia de Volta para o Futuro, ícones daquela década.

Blade Runner apresenta um futuro em que os replicantes(humanos criados artificialmente) são banidos do planeta, só que, de tão semelhantes aos humanos que são fica uma grande dúvida de quem realmente seria um replicante ou humano. Há uma ambiguidade nessa relação visto que, muitas vezes, acabam os replicantes tornando-se vítimas de nóis humanos, afinal, eles foram seres criados a partir de nossa ambição por conforto, etc., mas que acabaram "pagando o pato" por não aceitarem mais tal situação, uma forma de resistência puramente humana, então, mas que não tinha sido aceita pelos humanos, que passariam agora, a exterminar os replicantes.

Porém, Ridley Scott e os roteiristas Hampton Fancher e David Webb Peoples, que adaptaram a obra de Philip K. Dick, não conseguem formular com clareza às idéias, deixando margem para uma série de furos e conjecturas sem fim, além de que os personagens da trama não conseguem transmitir algo de concreto para que o espectador por ele possa torcer. Sem contar, que as atuações, principalmente Harrison Ford, não chegam a cativar-nos.

Não obstante, o filmes quase carece de Trilha Sonora, lembrando muito Alien - O oitavo passageiro, do mesmo diretor, só que aqui, não funciona, há um silêncio destoante do local, cheio de pessoas de várias etnias, inclusive essas pessoas, parecem não participar da obra de Scott, são meros marionetes que não opinam acerca do que os cerca.

Enfim, embora muito se fale sobre, Blade Runner não consegue cativar nem aos fãs do gênero tão vasto como a ficção-científica, falha em vários aspectos e, pior, trata de forma rasa questões que poderiam alçar o filme a vôos mais longos.

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Noivas em Guerra

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É notório que o cinema está em crise no que diz respeito à criatividade, pois não se vê nada mais que inúmeros remakes de sucessos passados, ou então adaptações de obras literárias. Filmes esses que simplesmente seguem à risca a mesma fórmula do gênero que lhe cabem... e no fim, é sempre entregue ao espectador estórias que não fogem ao convencional.

Como um perfeito exemplo, temos “Noivas em guerra”, esta comédia romântica encabeçada por mulheres – e voltada estritamente para as mesmas –, abordando o tema “casamento” sob a ótica capitalista de seus preparativos.

Adianto desde já que, esta produção aborrecida e recheada de asneiras, não acrescenta em nada aos amantes da sétima arte. Conseguindo apenas a proeza de ser minimalista em conceitos supérfluos.

As protagonistas são ninguém mais ninguém menos que Kate Hudson (que, no início de sua carreira, chegou ser considerada a “nova namoradinha da América”, em lugar de Meg Ryan) e Anne Hattaway (a mais nova queridinha de Hollywood).

A história é sobre duas amigas de infância, Liv (Hudson) e Emma (Hathaway), e como desde pequenas sonham com o casamento perfeito. Então, as duas recebem o pedido de casamento quase que simultaneamente. O problema surge quando, equivocadamente, o casamento delas é escalado para a mesma data no local do casamento dos sonhos das duas, sem qualquer chance de alteração por ser o local requisitadíssimo, do tipo que demora anos para conseguir um espaço na agenda.

Por este motivo, as duas não medem esforços para se sabotarem na tentativa de evitar que se casem no mesmo dia, dando inicio então a um embate dicotômico de rivalidade x amizade.

Como se pode ver, o motivo da briga por si só é banal, a meu ver desenvolvendo-se somente pelo fato de não ser sólido o suficiente o sentimento de amizade de uma para com a outra.

Além disso, os recursos usados pelas duas para se prejudicarem são simplórios e forçados. Vai desde entrar em um salão de beleza sem ser vista, e misturar a tintura de cabelo da outra, até entrar em uma clínica de bronzeamento artificial a jato trocando o tubo de coloração...

Outro exemplo improvável é a forma com que a personagem Emma (Hudson) induz o seu noivo a pedi-la em casamento. Totalmente ridícula!

Quanto ao desempenho das estrelas do longa, Anne consegue se manter confortável no papel, roubando as cenas, sendo a mais engraçada e com a melhor representação – destaque para a cena da aula de dança.

Kate Hudson, por sua vez, mais bonita aqui do que o normal, sai perdendo por seu comportamento esgareiro e sua atuação artificial. O que é triste, pois ela vem se mostrado ruim há algum tempo.

Já os atores que interpretam os noivos são chatos, manipulados e com interpretações dignas de seus papéis secundários.

Agora, ao apontar os fúteis argumentos da narrativa, eu destaco a discussão esquemática e sem nexo entre as mocinhas; assim como a crise existencial que ocorre com a personagem Emma e seu noivo... Resumindo, todos os questionamentos levantados pelas noivas – que não poderiam ser mais vazios.

E como é de praxe em filmes assim, a estória pende para o drama na metade do filme, e quando o desfecho se aproxima o pastelão se descamba na tela, com direito a “barraco’ e tudo!

No entanto, como se não pudesse piorar ainda mais, acontece uma reviravolta descabida em torno de um dos casamentos, sem um mísero desenvolvimento, e ainda por cima, de forma previsível.

No fim, a óbvia reconciliação das duas acontece, o problema é que vem muito fácil (o filme é tão clichê que não importa revelar esse detalhe).

Durante toda a película elas se mantem rivais e empenhadas em sabotar a cerimônia uma da outra; não soa nada convincente as duas voltarem, num piscar de olhos, a serem melhores amigas.

Portanto, por subestimar em todos os sentidos o intelecto do espectador, eu não recomendo este desgastado subgênero cômico intitulado de “Noivas em guerra”.

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Filho da Noiva, O

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A vida às vezes acaba acontecendo e você nem percebe. No meio da correria diária, família, amigos, pais, tudo fica esquecido, enquanto damos conta de domar a rotina enlouquecida de cada dia. Até que surge algo inesperado e faz você pensar. Faz você tomar novos rumos. Essa é a mensagem de O Filho da Noiva, um dos mais belos exemplares do cinema latino e um dos melhores já produzidos na Argentina.

Rafael Belvedere é um homem de 42 anos muito atribulado. Tem que dividir sua atenção com o restaurante, seus fornecedores e funcionários, além de cuidar de sua vida amorosa com Naty, a filha Vicki, fruto de seu casamento com Sandra, a chegada inesperada do amigo de infância Juan Carlos e o desejo do seu pai, Nino, que quer realizar o sonho da esposa, Norma (que tem mal de Alzheimer), de casar-se na igreja. A vida corre freneticamente para Rafael até que um infarto quase lhe mata. A partir daí, Belvedere começa a adquirir um novo modo de pensar a vida, começando a dar-lhe o real valor.

A história é inacreditavelmente fabulosa, o que é perceptível pelo fantástico roteiro do diretor Juan José Campanella e de Fernando Castets. É praticamente impossível classificar esta produção, já que transita entre o mais puro drama e a melhor comédia. Existem cenas inigualáveis, de arrancar lágrimas dos olhos - como em uma visita de Rafael à sua mãe e no casamento, e outras tantas cenas inacreditavelmente engraçadas, de doer a barriga - como na sequência da filmagem e na análise que Sandra faz do ex-marido. Além de comover e fazer rir, o filme faz a gente pensar. Pensar no quanto a rotina nos tira os prazeres da vida, desde os mais simples e efêmeros, como buscar a filha no colégio. O roteiro também tece uma bela visão da Argentina contemporânea, mergulhada em crises profundas de matizes econômicas e políticas. Campanella, nesse contexto, faz um trabalho belíssimo.

Além do roteiro, as interpretações também marcam este filme, especialmente por Ricardo Darín, estupendo no papel principal, e pela veterana Norma Aleandro, soberba como a mãe afetada pelo Alzheimer. Darín cria um tipo multifacetado, que vai do mais caro humor até a explosão em questão de segundos. Aleandro compõe uma mulher perdida em suas lembranças, restringindo-se a viver um mundo paralelo, mas que não esquece de alfinetar quem está ao seu redor. Héctor brilha como Nino (principalmente quando ele pede a esposa em casamento). Blanco está divertidíssimo no papel de Juan Carlos, lembrando não apenas fisicamente mas também textual e verbalmente Roberto Benigni. Verbeke, como Naty, é outro destaque.

A direção de Campanella é outro mérito desta obra grandiosa do cinema argentino, merecidamente indicada para o Oscar de filme estrangeiro. É um filme precioso, uma obra que desperta todos os sentimentos possíveis.

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Vila, A

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Após o grande sucesso de O Sexto Sentido, as pessoas começaram a esperar muito do trabalho de M. Night Shyamalan. E por essa grande expectativa, qualquer erro cometido pelo cineasta, por menor que seja, transforma-se em uma grande falha. Seu filme A Vila, lançado em 2004, assim como todos os outros após O Sexto Sentido, sofre desse mal.

A história de A Vila – The Village, no original – se passa em uma pequena vila, aparentemente do século XIX, longe de tudo e de todos, sem contato algum com as cidades. Em volta dessa vila existe uma grande floresta habitada por criaturas desconhecidas que dividem um tipo de pacto com os moradores da Vila: ninguém invade o território de ninguém. Assim, os habitantes da vila não devem jamais ultrapassar os limites da floresta, não saindo, assim, da vila, para que tais criaturas não a invadam.

Como já é típico dos filmes do indiano, o mistério é o tema central. É a partir dele que todo o roteiro se desenvolve, é usando tal mistério que Shyamalan consegue, mais uma vez, de forma belíssima e emocionante passar a sua mensagem – que, nesse filme, pode ser resumida à cena na qual o personagem de Willian Hurt revela aos anciões que contou o segredo da vila à sua filha.

A direção do indiano é extremamente competente. É incrível como Shyamalan consegue, em meio a toda aquela atmosfera de medo e tensão – coisa que ele sabe criar como poucos – uma cena tão linda como a do personagem de Joaquin Phoenix declarando-se para o da quase estreante Bryce Dallas Howard, na varanda da casa.

E é Bryce Dallas Howard – filha do diretor Ron Howard (Uma Mente Brilhante, Código da Vince) – que se destaca dentre todas as grandes estrelas presentes no elenco, composto por atores como os já citados Willian Hurt e Joaquin Phoenix e Adrien Brody, que vive um doente mental.

A Atriz vive a cega Ivy Walker, personagem central e mais importante da trama. O irônico é que Bryce Dallas não foi a primeira escolha para o papel. Quem viveria a personagem seria Kirsten Dunst, que a preteriu para atuar em outro filme.

Quem fotografa o filme é Roger Deakins – de filmes como O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford e Onde os Fracos Não Têm Vez, ambos indicados ao Oscar pela sua fotografia. No filme, a cor amarela e vermelha tem grande importância, e Deakins, ao revestir a vila em um tom ocre e frio, consegue criar o impacto necessário, quando o vermelho ou o amarelo entram em cena.

Outros aspectos que merecem destaque são a direção de arte e a trilha sonora. A primeira passa com credibilidade a imagem de uma vila do século XIX, e essa credibilidade é de suma importância para a “grande surpresa” do filme. E a trilha sonora – composta basicamente por violinos – realça ainda mais a teor de mistério e tensão que envolve o filme do começo ao fim.

Muito foi falado a respeito da grande capacidade e senso de direção da personagem de Bryce Dallas, que é cega. É verdade que Shyamalan exagera um pouco nesse sentido – como quando Ivy joga um dos seres da floresta em um buraco –, mas nada que chegue a acabar com o filme, como foi dito por alguns.

O roteiro, ao contrário que dizem, tem apenas um relevante furo. Na questão dos animais mortos na vila, Shyamalan termina o filme sem nos dar uma resposta objetiva para essa questão. A impressão que se tem é que a resposta nos foi dada, mas Shyamalan esse não se esforçou nem um pouco para deixá-la clara a ponto de podermos confirmar as especulações. Esse problema, porém, é engolido pelas incríveis qualidades do filme, não chegando a comprometê-lo de forma maior.

A Vila é mais um excelente filme de M. Night Shyamalan que sofre pelas grandes expectativas que giram em torno de seu diretor, que apesar de alguns números indicarem isso, não faz filmes para o grande público. Para o bem do diretor, com o passar do tempo e o conseqüente distanciamento de O Sexto Sentido, a expectativa em torno de seus trabalhos vai, paulatinamente, diminuir

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Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto

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Sustentado por uma narração cronológica, o filme "Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto" (2007), disponível em DVD, traz uma sucessão de novos acontecimentos a partir de um ato, inovando cada cena alicerçada por uma tragédia causada por irmãos, que precisando de dinheiro, recorrem a um assalto.

Tal episódio ocasiona uma jornada de mentiras, agonias, desgostos e arrependimentos os quais serão marcados pela cumplicidade da culpa familiar direcionando a um desfecho imponentemente emblemático. Andy surge em cena de cara de maneira pudorosa em uma cama durante um ato sexual. Seu corpo flácido causa propositalmente uma reação de surpresa no público que prontamente identifica seu personagem às infâmias. É ele quem vai traçar um plano para conseguir alguma grana, uma vez que está prestes a ser descoberto na empresa por roubar da mesma para gastos com drogas.

Quanto ao seu irmão Hank, está à beira de um fracasso pessoal, devendo dinheiro a ex-esposa e sem condições de dar a filha um presente que esta tanto deseja. Ambos executarão um roubo com esperanças de solucionar seus insucessos. Na crença cristã, o paraíso é inacessível para aqueles que cometem um crime sem perdão. A ação nada meticulosa, justifica o dito, ainda mais quando a gravidade do ato atinge proporções imensuráveis, na decisão de assaltar os próprios pais e acidentalmente, à própria mãe morrer baleada.

Escrito por Kelly Masterson, o roteiro mantém com rigor um horror psicológico que se delonga e aflige, sobretudo, na constante expressão temerosa de Hank que fatalmente desaba na angústia e praticamente se revela na culpa, numa reprodução semelhante a “Festim Diabólico”, porém, sem todo o desejoso risco que acontecia naquela ocasião. O terror pela qual passa à dupla desorganiza-os, tendo como aparato, uma narração desalinhada, acompanhada por uma trilha sonora aflitiva e constante que impregna na cabeça e incomoda.

A direção do veterano Sidney Lumet é cautelosa ao quebrar as cenas com cortes secos, criando um quebra cabeça cronológico ordenado pela complexidade narrativa, que desdenha do convencional, usufruindo de uma edição mais rebuscada, e que tem caído na moda ultimamente, vide sucessos como “Crash” e a trilogia do mexicano Alejandro González Iñárritu. A grande força do filme está sobre o elenco afiadíssimo. Um verdadeiro combate entre o estupendo Philip Seymour Hoffman e o ótimo, porém, pouco aclamado Ethan Hawke.

Hoffman desenvolve um vilão impetuoso, ao mesmo tempo que Hawke divide opiniões, ora quando soa vítima da ganância, ora um mero covarde. Sendo ele o protagonista, sua persistente insegurança é catártica. Ainda está no elenco Albert Finney, rijo, e quando os três aparecem juntos em cena, salienta-se suas naturezas e desavenças, com o nervosismo tomando conta, não só no filme, o que é ótimo.

No meio desse trio, ainda de destaca a bela Marisa Tomei, em seus poucos, mas importantes momentos que fica em cena. Tecnicamente, o longa exalta um belo trabalho de montagem, recriando a história e suas perspectivas. Lumet, ao longo de seus 84 anos, se mantém completamente seguro na direção. Uma lenda viva, que já fez trabalhos importantes como “Um Dia de Cão” e “12 Homens e Uma Sentença”. Não se sabe se este é seu último trabalho por trás das câmeras, e nessa dúvida, pode-se esperar do cineasta grandes contribuições para a sétima arte. E finalmente, no longa, com vigor, as portas do paraíso se abrem, simbolicamente em cena, esperando quem puder ou quem conseguir chegar até ela.

Críticas

Halloween - O Início

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Nos últimos anos, está na moda em Hollywood fazer remakes ou prelúdios de filmes "clássicos", principalmente os do gênero terror de fins da década de 1970 e da década de 1980. Alguns exemplos são Sexta-Feira 13, O Massacre da Serra Elétrica, o ainda inédito A Hora do Pesadelo, e este Halloween, que ganhou o subtítulo (dispensável) "O Início" no Brasil. Desta vez, o responsável foi o músico e diretor de cinema (!) Rob Zombie.

No filme, Michael Myers (Daeg Faerch), um garoto de 10 anos de idade com sérios problemas familiares, comete alguns assassinatos e vai parar em um manicômio, onde é tratado pelo doutor Samuel Loomis (Malcom McDowell). Após 17 anos na instituição, Mike (interpretado nesta fase por Tyler Mane) foge e volta para a cidade onde morava.

Ao asssitir ao filme, uma pergunta fica: quem teve a idéia de fazer o remake/prelúdio (sim, o filme tem ambas as características) de um filme que já tinha qualidade duvidosa e ainda escolheu Rob Zombie como diretor do projeto? Porque é impressionante com oalguém teve a capacidade de fazer um filme tão ruim, em que nada, absolutamente nada funciona! Direção, roteiro, montagem, trilha sonora, tudo é extremamente fraco.

A começar, pela direção e pelo roteiro. Todos os (insuportáveis) clichês de filmes de terror estão presentes. O garoto que vivia com a família problemática, onde só a mãe lhe dava algum carinho, se torna um psicopata e vai para um hospício, aonde o próprio terapeuta desenvolve uma espécie de afeição por ele. Todos os personagens são mal trabalhados, as garotas que se tornam "alvos" de Mike não soam naturais nem mesmo nas cenas em que são mortas, os sustos são fáceis e gratuitos. Mike é uma espécie de "Highlander", quase imortal, com as cenas de assassinato péssimamente dirigidas por Zombie.

Um fator que pode ter contribuído para tornar o filme tão frio e mesmo chato foi a montagem, com o corte de 40 minutos que sofreu aqui no Brasil. Em inúmeras seqüências, principalmente aquelas em que Mike irá matar alguém, há um corte brusco, e somos levados a uma cena completamente diferente, falando do Bicho-papão (!) ou coisas semelhantes. A prórpia data do Halloween soa gratuita, e até esquecemos surante a projeção que se trata do 31 de outubro, mesmo ano em que Mike teria cometido os assassinatos enquanto criança.

Os atores também não melhoram em nada a situação. Tudo bem que os personagens não exigem grandes interpretações, mas as já citadas garotas estão péssimas, Malcom McDowell não é a sombra do ator eque imortalizou o Alex de Laranja Mecânica ou o imperador romano Calígula. Seu perosnagem, por algum motivo não abordado, tem um carinho pelo psicopata. Brad Dourif (o Língua-de-cobra de O Senhor dos Anéis) mal aparece como o xerife, e está completamente robótico. Porém, um fator interessante é que Zombie colocou n ofilme alguns atores de seus projetos anteriores (A Casa dos 1000 Corpos e o muito bom Rejeitados Pelo Diabo), como Sheri Moon Zombie e Danny Trejo.

No fim das contas, podemos nos indagar o porquê de Zombie ter decidido se dedicar ao cinema. E o mais intrigante é como ainda haverá uma coninuação deste Halloween! Este Dia das Bruxas não é nem um pouco interessante.

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