Lupas (799)

Kubrick contendo muito de seus aspectos autorais em prol da tradicionalidade de um épico do Império Romano - acho que não fica mais tradicional do que isso em Hollywood. Mas ainda temos ótimos personagens, discussões interessantes e bons momentos.

São temas instigantes embebidos em uma roupagem imageticamente belíssima. É um personagem principal profundo e bem desenvolvido. E tudo isso fica diluído em duração excessiva e em um ritmo um tanto manco.

É um recorte. Um retrato de dramas cotidianos de mulheres comuns, sem transformações emocionais ou grandes epifanias. Só que para essa proposta funcionar é necessário que os personagens sejam muito bem desenvolvidos, o que não ocorre efetivamente aqui.

Quase assustador que a força da técnica e habilidade de Welles consiga sobreviver no mais clássico "filme de estúdio" já feito. Chovendo no molhado: uma pena que os quarenta minutos de filme que foram mutilados pela RKO tenham se perdido.

Roteiro intrincado, belas coreografias de luta e muito sangue e visceralidade. Oldboy é extremamente bem filmado - e ninguém esperaria nada menos de um trabalho de Chan-wook Park, mas a sensação ao final é mais agridoce do que o esperado.

Coração e alma transbordam nessa película, que talvez seja aquela que traduza melhor a essência do cinema de Chaplin: cômico, tocante e crítico.

Sintetizadores, direção elétrica, montagem acelerada e visual afiado. Os irmãos Safdie aliam aspectos do cinema oitentista com sacadas estéticas atuais para formar um thriller energético pela noite nova-iorquina. Pattinson se reafirma como bom ator.

São 80 minutos de violência ensandecida e tensão e angústia crescentes. É no rompimento de certos limites implícitos àquilo que vemos como violência aceitável, mesmo em um gore, de modo palpável e atmosférico que fica a qualidade de A Invasora.

Sessenta anos atrás, Wilder comprovava ser um realizador corajoso - e muito mais corajoso do que muito diretor atual, ao retratar com ironia e precisão o espetáculo sensacionalista da mídia como reflexo da podridão social. Kirk Douglas está sensacional.

Até funciona no começo e em alguns lampejos do meio para o fim, quando preserva bem mais a ideia de sátira e de animação descompromissada. Entretanto, em muitos momentos beira o insuportável.

É difícil embarcar no filme em seus primeiros minutos - muitos personagens apresentados em um curto espaço de tempo. Mas depois disso, a beleza visual e narrativa tomam conta, trazendo um ponto de vista pouco abordado em filmes sobre a 2ª GM.

Poucas vezes experienciei uma sessão tão catártica como essa. A câmera observadora de McLeary e Aldous passeia pela intimidade escancarada daqueles sujeitos revelando seu aspecto humano de modo supreendente. Uma grande homenagem à ideia de reabilitação.