Lupas (1683)
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O Bonnie & Clyde de Carlos Saura, banhado a mta música flamenca (style demais) e um impressionante realismo. Além de utilizar atores não profissionais, delinquentes reais (mto foda!), da ousadia em mostrar o uso aberto de drogas, o realismo do roteiro impressiona: na relação entre os jovens, na espontaneidade c/q crescem o nível dos delitos, no realismo das situações. Tá de parabéns! Além de, claro, haver o retrato social, em q Saura é especialista, de uma geração marginalizada e perdida.
Josiel Oliveira | Em 30 de Novembro de 2020. -
Pqp, coisa linda! Um manifesto surrealista com as raízes revolucionárias do movimento, e que se mistura com o realismo poético francês de forma "voadora no peito". Coisa raríssima no cinema. Uma ode à desobediência civil recheada de simbolismos, a liberdade na beleza pura das crianças. Isso fora toda a parada autobiográfica que é fortíssima. E que cena maravilhosa aquela catarse revolucionária! Pqp! De deixar o pai, anarquista revolucionário, num orgulho sem fim, de lá do outro plano.
Josiel Oliveira | Em 23 de Novembro de 2020. -
Discordo totalmente de que esse filme fuja das críticas de Buñuel à Igreja. Cortázar disse q precia comprado pelo Vaticano. Nada a ver! Padre Nazário (gde Paco Rabal!) representa a oposição à toda a mundanice hipócrita da Igreja, q até o tenta sabotar. Os valores cristãos verdadeiros, acima de qualquer realidade social ou econômica (há a crítica ao Porfirismo). Jesus Cristo foi o verdadeiro e 1o comunista, o 1o hippie, personalizado e "contemporaneizado" na figura do "santo" Padre Nazário.
Josiel Oliveira | Em 20 de Novembro de 2020. -
Uma comédia fabulesca, bem pegada de peça popular, simples e mega divertida. O primeiro terço com Fernando Soler cachaceiro é hilário, e depois todo o desenvolvimento e as reviravoltas são ótimos. Sem nenhum intelectualismo passa uma mensagem legal sobre os valores de família, do desapego material e do valor do trabalho, e ainda que longe da subversividade surrealista de Buñuel os valores são razoavelmente alinhados. Bem industrial também, mas bem melhor que o mexicano anterior.
Josiel Oliveira | Em 18 de Novembro de 2020. -
O primeiro filme de Buñuel na indústria mexicana tem muito da indústria e pouco de Buñuel. Chegou logo com moral e pegou uma boa produção, um musical com duas estrelas consolidadas, bem produzido e tal. Pra não falar que não tem nada de Buñuel, há uma certa questão social de denúncia do interesse capitalista desonesto sobre as petroleiras (destacada como La Nacional), mas bem a margem do filme ainda. Buñuel não compromete e faz um filme digno industrial.
Josiel Oliveira | Em 16 de Novembro de 2020. -
Obra prima desse gênero de contos de comédia, tão tipicamente italiano! As histórias são deliciosas, afiadas no humor tiro curto, e riquíssimas em seu caráter crônico da essência do italiano, da malandragem, dos tipos e daquele tempo (E.Scola é gênio!). Direção caprichada de D.Risi, artisticamente bem acima da média do gênero, cheia de ideias originais. E, claro, s/falar na dupla Gassman/Tognazzi que dão um baile (até mais o Tognazzi!). Todos os contos são muito fodas, destaque pro 1o e o último
Josiel Oliveira | Em 16 de Novembro de 2020. -
Adoro cinema de gênero japonês kkkk gostei muito. Um filme japonês sci-fi "de terror" que trás a ferida da bomba atômica e os mistérios da mutação. Começa bem numa pegada meio noir, de submundo, detetive, etc, e depois quando descamba prum sci-fi trash bem bolado (chegando até a uma possível "nova raça humana radioativa" kkkk). Sensacional a ideia dos homens que derretem q gera diversos efeitos práticos criativos.
Josiel Oliveira | Em 16 de Novembro de 2020. -
Com certeza meu Amicus favorito de tudo q vi até agora! 1o que B.Meredith é um excelente "crooner" dos contos, figuraça como Dr. Diabolo./1- Sensacional o gato preto do capeta. 7,5./2- Uma sátira mto bem bolada ao universo das estrelas q não envelhecem. 8,0./3- O + fraquinho mas tem seu charme. 7,0./4- Disparado o melhor de todos os contos da Amicus! Uma homenagem mto criativa e estilosa ao mestre Allan Poe, s/contar c/J.Palance hilário como o colecionador quase gozando a cada peça revelada. 9,0
Josiel Oliveira | Em 10 de Novembro de 2020. -
É um presente poder ver um roteiro do S.Fuller nos anos 70, ainda q s/a sua direção, tendo sido boicotado e pulado fora, c/todos os problemas de produção, R.Burton encachaçado, uma direção fraca, e etc... É um roteiro foda! Baseado no livro do interessantíssimo jornalista W.B.Huie, vencedor do Pullitzer, consegue se destacar em meio a tantos filmes de KKK, mostrando aspectos institucionais legais e principalmente em escancarar como tudo gira em torno da sexualidade, da inveja da piroca do negão
Josiel Oliveira | Em 10 de Novembro de 2020. -
É um filme total indústria, mas de boas qualidades. Buñuel faz uma espécie de noir (aliás, uma boa fotografia ao estilo) p/tratar da essência bruta masculina, muito bem retratada em detalhes como no trabalho e no bar, c/um personagem bem humanizado, q foge do maniqueísmo industrial, e s/perder o foco na questão social e de classe. O Bruto é quase uma Fera de "A Bela e a Fera" a ser domado p/pura beleza feminina de Meche, e Paloma como a vilã sensual da luxúria. Filme de personalidade.
Josiel Oliveira | Em 04 de Novembro de 2020. -
Apesar de se voltar mais aos moldes da indústria (em relação a Los Olvidados), Buñuel consegue ser bem subversivo. 1o filme dele a explorar a questão do sexo vs castidade e a luxúria causando (tema q lhe renderia outros sucessos) casando mto bem com a pegada camponesa mexicana, c/ótimos personagens (a velha é sensacional) além de resgatar suas raízes surrealistas c/diversas metáforas visuais bem legais e insinuantes. Rosita Quintana maravilhosa. Apesar do final careta, o meio passa o seu recado.
Josiel Oliveira | Em 04 de Novembro de 2020. -
O caso dos 7 de Chicago foi mega emblemático e merecia um filme mainstream, além da mensagem de politização do judiciário, sempre importante, ainda + no contexto atual. Excelente. Mas me decepcionou. Como filme de tribunal achei fraco, a desordem no tribunal e a vilanização escancarada do juiz me soaram de mau gosto. Além do +, a contextualização e a narrativa são confusas, e faltou uma tese a ser desenvolvida. O alívio cômico, em especial c/ S.B.Cohen bem demais, salvam o filme p/o gde público.
Josiel Oliveira | Em 03 de Novembro de 2020.