Lupas (1592)
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Moore é uma figura bastante curiosa, e Brewer acerta ao apresentá-lo sem julgamentos e, principalmente, sem resvalar na caricatura grotesca. Ajuda nisso a ótima caracterização de Eddie Murphy e um roteiro que capaz de equilibrar o humor da história (inclusive ao abordar temas sociais) com certa dramaticidade que dá base àquilo tudo. Um filme divertido e interessante.
Silvio Pilau | Em 01 de Dezembro de 2019.
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Ethan Hawke mostra maturidade atrás das câmeras, conduzindo uma cinebiografia que escapa das armadilhas do gênero, preferindo focar não em contar toda a história da vida de Blaze Foley, mas em pintar um retrato de quem era o músico. E o faz com um filme bonito, singelo e até mesmo poético, com boa ambientação e ótima utilização das canções de Foley. Bastante interessante.
Silvio Pilau | Em 27 de Novembro de 2019.
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Primo pobre de "Intocáveis", sem a conexão emocional que o filme francês conseguia estabelecer. A estrutura é óbvia, as soluções do roteiro são previsíveis e a relação entre os personagens nunca passa do lugar-comum. Vale apenas pela sempre agradável presença de Paul Rudd.
Silvio Pilau | Em 26 de Novembro de 2019.
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Mark Twain encontra o "O Oitavo Dia". Essa singela história de amizade, redenção e tolerância toca nos pontos certos para conquistar o público, apostando na excelente presença de Shia Labeouf (um ator ainda subestimado) e sua relação com o jovem Zak. Embora fabulesco e ocasionalmente caricato no que tange aos coadjuvantes, o filme diverte e transmite sua mensagem de maneira genuína, sendo capaz de colocar um sorriso no rosto do público.
Silvio Pilau | Em 25 de Novembro de 2019.
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É um drama histórico eficiente, que acerta ao dar foco a um acontecimento específico para, a partir dele, construir psicologicamente o protagonista. O arco dramático pelo qual ele passa é, por vezes, abrupto, mas Chalamet é um ator de talento e consegue superar alguns problemas de roteiro. "O Rei" funciona bem, mas,, com batalhas apenas corretas e certo grau de friezas, jamais chega ao nível de outras obras do gênero.
Silvio Pilau | Em 25 de Novembro de 2019.
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Estereótipos, clichês, conveniências de roteiro e zero verdade. É aquela bobagem típica de Hollywood, incapaz de gerar emoção ou risadas genuínas. Mas alguém que assiste a um filme desses espera outra coisa?
Silvio Pilau | Em 18 de Novembro de 2019.
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A difícil tarefa de unir os universos fílmico e literário nesta sequência foi alcançada com louvor por Mike Flanagan, que constrói um filme que se sustenta por si só durante boa parte do tempo, desenvolvendo bem a história e seus personagens. O ato final, embora melhor que o do livro e repleto de nostalgia, apela mais do que deveria para as homenagens à obra de Kubrick, mas nada que prejudique o resultado final. Flanagan é um cineasta de bastante talento.
Silvio Pilau | Em 18 de Novembro de 2019.
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Esperava-se que a presença de Cameron no time criativo fosse capaz de injetar algo novo na franquia, mas o que se vê é um enredo preguiçoso, com ideias requentadas e sem originalidade. Pior que isso: as poucas tentativas de trazer algo novo soam, no mínimo, risíveis, como certo personagem vivendo uma vida comum. Some-se a isso uma nova heroína sem carisma e um vilão incapaz de gerar tensão e a conclusão é apenas uma: é hora de deixar a série de lado.
Silvio Pilau | Em 18 de Novembro de 2019.
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Durante dois terços, é um ótimo filme, no qual Ari Aster mais uma vez demonstra sua capacidade para criar um clima sinistro, tenso, como se algo de estranho sempre estivesse a ponto de acontecer. O problema é que o terceiro ato, quando as coisas realmente acontecem, acaba soando bobo e sem impacto, inclusive fazendo sentir a - desnecessária - longa duração. O resultado final não é ruim, mas não deixa de ser amargo pelo que o filme quase foi.
Silvio Pilau | Em 21 de Outubro de 2019.
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Um "mockumentary" extremamente interessante, que usa o formato para começar contando uma tensa história de terror, mas logo passa a revelar suas camadas, revelando-se um filme sobre luto, família e a necessidade de seguir em frente. Joel Anderson constrói com cuidado a ambientação, em uma obra que é capaz de fazer com que os mais desavisados pensem que tu é real. Merece ser conhecido.
Silvio Pilau | Em 21 de Outubro de 2019.
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Claro que a duração é exagerada, especialmente para o fiapo de história, mas o filme acerta ao não se levar a sério em momento algum, apostando na boa dinâmica entre Johnson e Statham e em excelentes cenas de ação (Leitch sabe o que está fazendo). O resultado é uma porra-louquice só, divertido ao extremo.
Silvio Pilau | Em 21 de Outubro de 2019.
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Claramente inspirado em Scorsese, Todd Phillips cria um filme perturbador, um denso estudo de personagem que mostra como uma sociedade como a nossa é capaz de potencializar a perda de sanidade em mentes doentias. A (des)construção do personagem é cuidadosa e extremamente eficaz, sublinhada por um Joaquin Phoenix inspirado, que abraça o personagem desde a postura ao tom de voz. Um dos grandes filmes do ano, com momentos que perduram na memória.
Silvio Pilau | Em 14 de Outubro de 2019.