Lupas (580)

Guy Ritchie, o Tarantino britânico, volta à boa forma, fazendo de algo simples, um bom filme com criatividade, regrado de ação, estilização e diálogos característicos e sub-intelectuais. Algumas situações são expostas de maneira bem rasa, mas não apaga a diversão que o filme proporciona.

Mais um De Palma que buscou inspiração em clássicos do Hitchcock, porém sempre com a sua identidade própria. O terceiro ato cria uma adrenalina de tirar o fôlego, com uma revelação surpreendente, para muitos, como eu.

Mais uma homenagem ao cinema de Hitchcock, com claras referências à Janela Indiscreta e Um Corpo que Cai, porém com a marca de De Palma, que sabe muito bem criar um clima de suspense convincente. Essa mistura do voyeur com fobias, faz o filme intrigar, e ver até onde irá.

De Palma traz um suspense com uma atmosfera absurda, que desde as cenas iniciais nos faz sentir uma tensão constante. Ainda flerta com obras famosas de Hitchcock, como Psicose, mas trazendo a sua própria identidade. Por fim, ainda traz um tema relevante aos tempos atuais que é a identidade com uma sexualidade.

Mais um filme da franquia que Tom Cruise dá sua alma na produção e o resultado é ótimo. Gostei da adição da Hayley Atwell, que traz uma dinâmica nova com o protagonista, apesar de isso significar talvez que a ótima Rebecca Ferguson fique um pouco de lado. O tema é bem relevante (a IA) e faz a ação se desenvolver a todo momento devido às consequências de uma IA incontrolável. Só peca pela longa duração.

Tem tudo muito bem amarrado, nada muito complexo, porém um roteiro encantador e envolvente. As atuações elevam demais o nível do filme, além de toda a parte técnica. Por fim, é um romance com muitas reviravoltas e um final excelente.

Talvez a obra com a melhor homenagem já feita ao cinema, onde havia um tempo onde o cinema era a maior diversão, e talvez a única de toda uma sociedade. É sempre bom olhar para filmes como esse e ver a transformação que ocorreu na indústria cinematográfica, e tentar deixar aquele espírito tão bonito, não morrer.

A vida de Kane do ponto de vista de depoimentos, que nos leva a descobrir o quão era movimentada a vida daquele homem que no fundo queria apenas voltar a vida simples, e deixou esse quebra-cabeça que só é desvendado pelos telespectadores, talvez uma das genialidades do filme. Entretanto, apesar de todo o reconhecimento merecido, ainda acho um filme superestimado.

Um visual estonteante, com uma história até redondinha, mas que fica faltando aquele selo Pixar de qualidade, que é bem elevada pelo seu passado.

Mais uma ótima obra estranha e original de Lanthimos, que deve ser encarado como um elogio, pois ele sabe envelopar isso muito bem num universo surreal recheado de mistérios que atiçam a nossa curiosidade até o fim. Além de tudo, é possível fazer um paralelo com escolhas que fazemos, eu diria, impensadas, que podem arruinar toda uma vida.

Uma crítica interessante de conceitos estabelecidos pela sociedade que são de senso comum a serem seguidos, quase que obrigatoriamente, sem escolhas. Além dessa, são várias outras metáforas do mundo, um roteiro originalíssimo, que só podia sair da mente de Lanthimos.

Quando fazer filme com propósito de passar uma mensagem de um grupo menor como o LGBT, não precisa ser apelativo, apesar de toda a bizarrice, se encaixa perfeitamente na proposta desse musical divertido e sensual.